O apresentador Edu Guedes, de 51 anos, voltou ao noticiário no último sábado, 5, após passar por uma cirurgia como parte do seu tratamento contra um câncer de pâncreas.
Doença de difícil diagnóstico por frequentemente evoluir de forma assintomática, o câncer de pâncreas é um dos grandes desafios da oncologia na atualidade. Em geral, tende a ser identificado apenas quando avança de maneira significativa, costuma ter um prognóstico bastante negativo e taxas pequenas de sobrevida, embora avanços venham melhorando o cenário pouco a pouco.
Saiba mais sobre o quadro que acometeu Edu Guedes.
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Como surge o câncer de pâncreas?
O pâncreas é um daqueles órgãos que só costuma ser lembrado quando dá problemas. Trata-se de uma glândula responsável por secretar enzimas e hormônios com função digestiva e endócrina, com destaque para a insulina e o glucagon, que regulam os níveis de açúcar no sangue.
No nível mais elementar, um câncer pancreático surge quando células tumorais começam a se reproduzir de forma descontrolada em alguma parte do órgão. Não há uma causa exata definida para seu aparecimento, mas fatores de risco incluem alterações genéticas hereditárias, tabagismo e obesidade.
Pessoas com diabetes tipo 2 e casos crônicos de pancreatite também têm um risco maior de desenvolver o problema.
A grande maioria dos tumores no pâncreas é compreendida entre os adenocarcinomas, mais agressivos, que afetam as células que revestem o órgão e secretam as enzimas. Cerca de 10% dos casos são considerados tumores neuroendócrinos que, embora mais raros, costumam ter um prognóstico melhor.
No caso de Edu Guedes, não foram divulgados detalhes sobre o tipo de câncer ou o estágio da doença. Informações divulgadas à imprensa se referiam ao caso como agressivo.
Quais os sintomas do câncer de pâncreas?
A grande dificuldade em torno do câncer de pâncreas é que ele costuma evoluir sem gerar sinais óbvios. Quando aparecem, os sintomas indicam um caso mais avançado, o que dificulta o sucesso do tratamento.
Além disso, os sintomas são inespecíficos, podendo ser confundidos com diversos outros problemas de saúde.
Sinais que podem aparecer incluem fadiga, náusea e vômito, diarreia e perda de peso sem explicação aparente, além de dores abdominais, icterícia e alterações na cor da urina e das fezes.
Como é o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico do câncer de pâncreas costuma levar em conta exames de imagem e de sangue, em busca de alterações e marcadores tipicamente associados à doença. Quando há uma suspeita mais incisiva, o médico pode solicitar uma biópsia da glândula, em que pequenas incisões são feitas para coletar uma amostra para análise em laboratório.
O médico pode suspeitar de um câncer e solicitar exames para investigá-lo quando surgem outros problemas de saúde que podem estar correlacionados com um tumor, como um quadro de pancreatite ou o aparecimento de diabetes tipo 2 em uma pessoa que não sofria com o agravo até então.
Após a confirmação do quadro, o tratamento varia de acordo com fatores como a localização do tumor, o estágio do câncer e as condições gerais de saúde do paciente. Em um cenário ideal, o melhor prognóstico passa pela remoção do tumor a partir de cirurgia, como ocorreu com Edu Guedes.
Entretanto, as taxas de sucesso dependem das características do câncer – quanto mais localizado e confinado ele estiver dentro do órgão, melhor.
Mesmo com a operação, porém, o quadro segue exigindo acompanhamento. Nem sempre é possível remover o tumor por completo, em função da sua localização. Em outros casos, ele já se espalhou além do que se imaginava antes do procedimento.
Nesses casos, podem ser indicados tratamentos complementares, como quimioterapia e radioterapia, entre outras abordagens que devem ser definidas caso a caso em conjunto com a equipe médica.
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Fonte.:Saúde Abril