Após um longo dia diante de telas ou com barulhos constantes, é possível que você já tenha se sentido “sufocado” e exausto mesmo sem necessariamente ter feito algum esforço físico ou mental mais extenuante.
Pode ser um caso do chamado cansaço sensorial, uma situação relacionada à sobrecarga de estímulos para os seus sentidos. Muito comum no transtorno do espectro autista (TEA), esse problema na verdade pode afetar qualquer pessoa, especialmente na infância.
Saiba mais sobre ele.
Como acontece o cansaço sensorial?
De modo geral, o cansaço sensorial é definido pela sobrecarga de um ou mais dos seus sentidos.
Ele pode ser experienciado por uma pessoa que está diante de luzes piscantes, passa tempo demais observando uma tela, está em um ambiente fechado com muito barulho ou, quem sabe, com odores muito fortes, mesmo que não sejam malcheirosos, como um perfume. Até mesmo uma roupa de textura desconfortável pode levar ao incômodo após um tempo.
A lista não para por aí: dá para sentir esse tipo de cansaço mesmo sem estar num lugar diferente, como no caso de pessoas que vivem em grandes cidades e começam a se sentir mal após um dia exaustivo expostas aos diversos estímulos do movimento urbano.
Há uma maior propensão ao problema quando se tem alguma outra questão subjacente que aumente a sensibilidade aos estímulos externos, como o já citado TEA, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), esquizofrenia ou ansiedade, entre outros.
Quais os sintomas?
Uma pessoa com cansaço sensorial não necessariamente vai passar por uma fadiga propriamente dita, mas por problemas como dor de cabeça e alterações de humor, com o traço mais marcante sendo a irritabilidade.
Devido ao esgotamento mental proporcionado pela situação, um sintoma frequente é vontade de escapar de alguma forma do lugar onde os sintomas apareceram.
Caso não seja possível fazer isso, a pessoa pode ficar ensimesmada, fechando os olhos e evitando se comunicar, especialmente quando a situação acomete crianças.
O que fazer em caso de cansaço sensorial?
Não existe um tratamento específico para o cansaço sensorial e ele não é considerado uma doença em si. De forma imediata, a melhor maneira de lidar com uma crise é identificar as possíveis causas e remover a pessoa da situação que levou a esse esgotamento, transferindo-a para uma situação tranquila e sem um excesso de estímulos.
Caso o cansaço sensorial seja constante, é preciso observar o que está causando essa situação e tentar reduzir a exposição ao motivo de fundo, sempre com avaliação profissional.
Pode ser necessário reduzir a exposição às telas ou evitar frequentar ambientes barulhentos, por exemplo. A terapia ocupacional também pode ser indicada. Quando há uma causa subjacente, medicamentos podem auxiliar a evitar crises.
Fonte.:Saúde Abril