O carvão ativado é utilizado para o tratamento emergencial de alguns tipos de intoxicação, com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso farmacêutico em contextos específicos. Esse potencial também faz com que muitas pessoas tentem utilizá-lo como uma forma de driblar os efeitos do álcool no organismo, um interesse que se renovou na recente crise de intoxicações por metanol.

Por ser mais poroso que o carvão comum, ele consegue promover uma maior aderência de muitas toxinas à sua superfície. No entanto, nem todas as substâncias são absorvidas da mesma forma, e o carvão ativado não tem a mesma eficácia quando falamos de álcool, seja ele o etílico (o etanol das bebidas) ou metílico (o metanol, que pode matar).

Em qualquer cenário, o carvão ativado deve ser sempre usado com orientação médica, pois também tem contraindicações. Saiba mais sobre ele.

Carvão ativado ajuda a reduzir o efeito do álcool no organismo?

Apesar de ser útil contra uma série de intoxicações, o carvão ativado não exerce o mesmo papel frente aos álcoois. Tanto o etanol quanto o metanol não são absorvidos em níveis suficientes para surtir efeito em caso de uma intoxicação.

Mesmo em casos mais brandos do que uma intoxicação alcoólica, quando a pessoa só quer minimizar uma ressaca, por exemplo, a situação é parecida: da mesma forma que não há diferenças significativas entre as concentrações de álcool no sangue antes e após o uso do carvão ativado, não há registros de que ele seja capaz de diminuir os sintomas causados pelo consumo de bebidas alcóolicas.

O carvão ativado não causa diferenças consideráveis na intoxicação por quaisquer tipos de álcool, nem materiais como solventes orgânicos, ácidos e bases ou metais.

Quando o carvão ativado pode ser útil

Em casos emergenciais, o carvão ativado é conhecido por ajudar na intoxicação por algumas substâncias, inclusive para animais. No caso do ser humano, é útil para casos de ingestão acidental de alguns antidepressivos (mas não aqueles que contêm lítio), assim como paracetamol, alguns diuréticos, aspirinas ou anfetaminas.

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Já para nossos companheiros caninos e felinos, é uma alternativa viável para tratar envenenamentos. Mas, no ambiente doméstico, é muito difícil saber se a toxina ingerida é compatível com a adsorção do carvão ativado. Na dúvida, é melhor procurar orientação de um veterinário o quanto antes, pois o carvão ativado nem sempre é uma boa alternativa.

Cuidados com o uso

O carvão ativado realmente é útil em alguns tipos de intoxicação. Mesmo assim, ele deve seguir alguns cuidados: o ideal é ministrar o material o mais rápido possível, de preferência de 30 a 60 minutos após a ingestão do material tóxico.

É importante que ele seja usado sob orientação médica (ou veterinária), já que não é efetivo em todos os casos. Além disso, ele não deve ser utilizado caso a intoxicação tenha levado à perda de consciência, devido ao risco de engasgar na deglutição.

Crianças menores de dois anos, pessoas com histórico de obstruções intestinais ou deficiência na absorção de nutrientes também não devem receber carvão ativado sem expressa orientação profissional. Vale lembrar que o uso prolongado deve sempre ser evitado e, em caso de sintomas inesperados, deve-se suspender a utilização e consultar um médico.