Quem vê Helena Rizzo hoje, como jurada do Masterchef Brasil e única mulher com uma estrela Michelin no país, talvez nem imagine que, no passado, ela vendeu bolo para viajar a São Paulo, foi demitida de um restaurante e lavou louça em uma academia de ginástica em Barcelona.
Mas esses episódios, ao lado de diversos outros em cozinhas do Brasil, da Itália e da Espanha, foram sua escola. E todos eles são relembrados pela própria chef na CasaFolha, uma plataforma de cursos online lançada pela Folha.
“Não fiz faculdade. Tive esse mergulho na gastronomia, passei por muitos restaurantes diferentes, e isso formou quem eu sou hoje e também a Helena que abriu o Maní”, diz a chef no curso “Alta gastronomia em casa”, disponível no site casafolhasp.com.br.
Em 13 aulas, ela ensina técnicas culinárias e revela segredos de sua cozinha, com dicas úteis não só para profissionais da área, mas principalmente para quem comanda o fogão doméstico
Para assistir ao curso, é preciso ser membro da CasaFolha. O streaming reúne grandes personalidades de diferentes áreas, como o cineasta José Padilha, o escritor Itamar Vieira Junior, o ex-ministro Pedro Malan, a triatleta Fernanda Keller e a Monja Coen.
Ao todo, já são 23 cursos exclusivos, e novos conteúdos são incluídos todos os meses. No final de maio, por exemplo, teve a estreia de Ruy Castro, que ensina técnicas para a escrita de não ficção. Em junho, será a vez do britânico sir Martin Sorrell, um dos maiores nomes da publicidade em todo o mundo.
Helena começa o curso relembrando toda sua trajetória, incluindo alguns perrengues de quem precisava ralar muito para conquistar o próprio espaço.
De saída, por exemplo, quando decidiu se mudar para São Paulo, passou madrugadas inteiras assando bolo, com a ideia de juntar dinheiro e bancar a viagem. Deu certo, mas não sem susto: “Eu lembro de ter dormido uma vez e acordar com cheiro de queimado, porque esqueci uma fornada”.
Já em São Paulo, enquanto trabalhava como modelo pela agência Ford, corria atrás de todo tipo de cozinha para acumular experiência. Uma delas foi um estágio no Gero, onde ficava na estação de brusqueta.
De lá, foi contratada para trabalhar no Gero Café, mas não deu certo. “Devia ter uns 19 anos, 20 no máximo. Eu não era uma pessoa muito focada no trabalho. Eu chegava atrasada”, conta. Conforme os atrasos se acumularam, a paciência de seu chefe se esgotou. Resultado: foi demitida. “Minha primeira e única demissão.”
Helena continuou com estágios, bicos e trabalhos até que surgiu a oportunidade de virar chef do Na Mata Café. Em retrospecto, reconhece que era crua para a função. Também reconhece que o fato de ter sido modelo lhe abriu portas. Mas ela não se acomodou com isso. Ao contrário, até se incomodou, porque queria ser boa de verdade, ter consistência.
E isso ela adquiriu na Itália e na Espanha, onde trabalhou em restaurantes premiados —incluindo El Celler de Can Roca, onde só conseguiu estágio após quase um ano enviando emails e fazendo ligações para pedir uma chance.
Antes disso, ela teve uma experiência menos glamorosa em uma academia de ginástica em Barcelona, que precisava de uma chef de cozinha. Só que era apenas ela, um ajudante e uma pessoa que cuidava da pia duas vezes por semana.
“Nos outros dias, a gente terminava o serviço com aquela pia assim… E a gente que lavava a louça. Lavava e limpava toda a cozinha”, conta.
Sua jornada espanhola terminou em 2004 e, em 2006, Helena abriu o Maní, que se tornou um dos restaurantes mais premiados do Brasil.
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Fonte.:Folha de São Paulo