Walter Casagrande, ex-jogador e comentarista esportivo, analisou no CNN Esportes S/A deste domingo (16) a polêmica envolvendo treinadores brasileiros e estrangeiros e comentou o futuro de nomes da nova geração.
Para o ídolo do Corinthians, a chegada de treinadores bem-sucedidos abriu caminho para a busca por profissionais de fora.
Casagrande destacou a ascensão de nomes brasileiros em atividade.
“Agora você tem o Rogério Ceni, você tem Filipe Luís, você tem o Rafael Guanaes. Você tem o próprio Fernando Diniz, que exagera na estratégia dele, mas é um treinador jovem, já foi campeão da Libertadores com o Fluminense”, citou.
Ele afirmou ver potencial para que os dois comandem grandes equipes internacionais.
Eu estou olhando Rogério Ceni e Filipe Luís com um futuro possivelmente treinando bons times na Europa e, em um determinado momento, treinando até a Seleção Brasileira, porque eles estão demonstrando isso agora.”
Casagrande avaliou que essa nova geração tem outro tipo de preparação.
“Eles confiam no potencial deles e estão no mercado. Eles estão na disputa. (…) É uma geração mais moderna, de mentalidade. Também deve ser de treinamento, deve ser de relacionamento. O trabalho deles deve ser bem diferente do que o dos antigos”, refletiu.
Treinadores ultrapassados
Casagrande afirmou que parte dos técnicos brasileiros perdeu espaço no mercado por não acompanhar mudanças de método e visão.
Alguns treinadores brasileiros são ultrapassados, não é só pelo estilo de jogo, tática, estratégia ou modo de trabalhar. É a visão que eles têm, que parece que eles são obrigados a ser a primeira opção dos clubes.
Ele destacou o impacto de estrangeiros que tiveram resultados recentes no Brasil.
“Você não pode discutir o talento, a capacidade do Abel. Você não pode discutir o talento, a capacidade do Vojvoda. Você não pode discutir o talento, a capacidade do Jorge Jesus”, afirmou.
Casagrande citou também casos de técnicos estrangeiros que não renderam.
“Muitos nem têm paciência de ficar e não acrescentam nada. O Flamengo, por exemplo, trouxe o Paulo Sousa, ótimo treinador lá na Europa. Não acrescentou nada. Domenec (…) não acrescentou nada. Vitor Pereira (…) não ganhou nenhum. (…) Veio o Sampaoli, estrangeiro. Também foi demitido, não funcionou”, exemplificou.
Para ele, a chegada de treinadores bem-sucedidos abriu caminho para a busca por profissionais de fora.
Os clubes brasileiros começaram a apostar em treinadores estrangeiros porque chegaram alguns aqui e fizeram sucesso.
Polêmica com Leão e Oswaldo
Casagrande também comentou a repercussão das falas de Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira sobre treinadores estrangeiros.
Sobre Leão, Casagrande disse não ter se surpreendido. Já em relação a Oswaldo de Oliveira, Casagrande afirmou ter se impressionado com o tom.
O Leão é um cara de personalidade, ele foi lá e falou do jeito dele. Para mim, que conheço bem ele, não fiquei surpreso. Eu fiquei surpreso com o Oswaldo. (…) Oswaldo, para mim, fez um discurso de ódio a treinadores estrangeiros. Porque parecia que ele estava convocando os treinadores brasileiros a serem contra os treinadores estrangeiros. (…) O comportamento deles foi ruim. Mas o Oswaldo tinha o rosto de ódio. Eu não entendi aquele comportamento do Oswaldo.
Ele mencionou ainda que o treinador vinha reclamando da falta de oportunidades.
“O Oswaldo reclamando que ele não tem espaço, que ninguém chama ele para trabalhar. Ele vê time jogar, treinadores sendo demitidos e ele não é chamado”, refletiu.
Casagrande afirmou que não reconheceu o comportamento do técnico. O comentarista citou a reação de outros profissionais.
“Felipão ligou para o Ancelotti. Renato Gaúcho ligou para o Ancelotti. Rogério Ceni ligou para o Ancelotti. (…) O Mano Menezes criticou. O sindicato dos treinadores do Brasil (…) criticou. A CBF criticou. O público criticou, a imprensa criticou”, contou.
Ele classificou o episódio como constrangedor.
Eu fiquei com vergonha vendo, fiquei meio deslocado, não acreditando no que eu estava vendo, porque foi deselegante, foi grosseria. Foi agressivo.
CNN Esportes S/A
Com Walter Casagrande, ídolo do Corinthians e comentarista esportivo, o CNN Esportes S/A chega à 117ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.
Fonte: CNN Brasil


