
O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e determinou que o casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi passem a figurar como réus no processo que investiga o assassinato do ex-presidente da Ordem dos Advogados – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.
Em decisão proferida na segunda-feira (21), o Juízo recebeu o aditamento e determinou a citação pessoal dos novos acusados para que apresentem resposta, conforme previsto na legislação.
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Segundo o Ministério Público, novas provas indicam que os dois denunciados atuaram como mentores intelectuais e financiadores do crime.
O casal de empresários de Primavera do Leste, está preso desde maio, acusado de ser o mandante do homicídio. Julinere chegou a confessar informalmente, no dia da prisão, que contratou o policial militar Jackson Pereira Barbosa para planejar o assassinato. Apesar da confissão espontânea, a empresária recuou de um novo depoimento formal, alegando que sua defesa não teve acesso aos autos.
Além da inclusão, o juiz determinou a nova citação dos demais réus e seus defensores para que tomem ciência do aditamento e da retificação da imputação que recai sobre Ícaro Nathan Santos Ferreira, um dos acusados já presentes na ação. O objetivo é garantir o direito à ampla defesa e ao contraditório.
A ação penal segue em curso, com tramitação regular e sob sigilo de justiça, nos termos da lei.
Investigações
As investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam que o assassinato foi encomendado por motivos relacionados a uma disputa por mais de 12 mil hectares de terra em Novo São Joaquim (485 km de Cuiabá). A vítima havia vencido uma ação judicial que causou prejuízos a empresários envolvidos na disputa e também havia denunciado supostos esquemas de atuação ilegal no meio jurídico.
Até o momento 10 envolvidos estão presos, entre eles, empresários e policiais militares. Porém, a Polícia Civil não descarta novos incriminados.
Além dos dois autores diretos, o MPMT também denunciou recentemente os PMs Jackson Pereira Barbosa e Ícaro Nathan Santos Ferreira, que atuaram no planejamento e execução do crime. Jackson teria intermediado os pagamentos e coordenado o esquema, enquanto Ícaro forneceu a arma usada, uma pistola Glock.
O crime
Renato Nery foi assassinado aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho do ano passado, em frente ao seu escritório, na avenida Fernando Corrêa da Costa. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.
Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional.
Fonte.: MT MAIS