O deputado, um dos principais nomes da bancada bolsonarista na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), criticou as alianças políticas costuradas tanto por Pivetta quanto por Fagundes. Para ele, ambos vêm se aproximando de figuras e grupos com vínculos à esquerda, o que enfraqueceria o discurso conservador.
Cattani citou, como exemplo, a aproximação de Pivetta com o Grupo Amaggi, ligado ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e a aliança de Fagundes com o senador Jayme Campos (União Brasil). “Quando vejo o Otaviano se ligando aos Maggi, que consequentemente estarão com o Fávaro, não consigo ver nisso uma ligação com a direita. E quando vejo o Wellington junto com o Jayme Campos, também não consigo apoiar. Por isso ainda não me decidi”, pontuou.
As declarações de Cattani ocorrem em meio às especulações sobre o apoio de Bolsonaro ao nome de Pivetta, o que teria causado desconforto entre lideranças do PL em Mato Grosso, especialmente no grupo de Wellington Fagundes, que também pleiteia a candidatura ao governo.
Na semana passada, veículos locais noticiaram que o ex-presidente teria dado “benção” a Pivetta, o que gerou reação imediata de Fagundes. O senador afirmou estar mais preocupado com apoio popular do que com “selo político”.
O deputado, contudo, alertou que Fagundes e Pivetta correm o risco de perder o eleitorado bolsonarista se mantiverem alianças que não representem claramente os valores da direita. “Esses acordos políticos do passado não podem continuar. A pessoa tem que ser de direita de verdade, não pela metade”, reforçou.
Cattani afirmou também que não acredita mais na antiga alcunha de que Fagundes seria “melancia” — verde por fora e vermelho por dentro. Para ele, o senador evoluiu politicamente, mas ainda falta firmeza ideológica. “Eu mesmo já falei com ele e o critiquei por certas posturas. Acho que o Wellington não deve se misturar novamente com aquilo que foi no passado. Ele precisa entender que tem nas mãos a chance de representar a direita, mas está jogando isso fora.”
Dentro do PL, Wellington Fagundes não é unanimidade. Lideranças como o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), já manifestaram simpatia por Pivetta, reforçando a divisão entre os grupos que orbitam em torno do bolsonarismo em Mato Grosso.
Cattani encerrou a entrevista reafirmando que, independentemente das articulações regionais, seguirá a orientação do “capitão”. “A nossa posição é pelo bolsonarismo, que representa os valores da direita. É isso que eu quero que o Wellington entenda e pratique.”
Fonte.: MT MAIS


