Em 2026, a Fórmula 1 passará por uma série de mudanças significativas, entre mudanças no regulamento e chegada de novas potências do mercado automotivo. Um desses nomes é a Audi, marca alemã que, desde o ano passado, controla a Sauber e, na próxima temporada, estará na categoria com o próprio nome e identidade visual. 

Em entrevista ao jornal britânico The Independent, Gernot Dollner, CEO da Audi desde setembro de 2023, falou sobre os bastidores da ida da marca a F1, revelando que ele mesmo era “bastante cético” em relação a proposta, mas mudou de ideia depois de uma análise um pouco mais profunda. 

“No meu papel como chefe de estratégia do Grupo Volkswagen eu era bastante cético em relação à F1. E então eu vim para a Audi e, depois que outras questões foram resolvidas, conseguimos encontrar tempo para realmente analisar onde estávamos. Então a equipe me convenceu de que a F1 era o caminho certo a seguir”, contou. 

“Mas analisamos a situação e vimos que nossa abordagem não era forte o suficiente, e na Fórmula 1 só há duas maneiras de participar: ou você faz do jeito certo ou é melhor sair. Não existe meio-termo, porque se você estiver nele, estará na parte de trás do grid”, relembrou. Foi então que surgiu a ideia de tomar 100% do controle sobre a Sauber e acelerar o processo. “Trouxemos os cataris como um parceiro forte, montamos a equipe com Mattia Binotto [chefe do projeto da Audi na F1] e Jonathan Wheatley [chefe de equipe], dois grandes líderes na F1 em suas respectivas áreas”.

Após a decisão de adquirir a Sauber, a escolha dos pilotos surgiu como algo fundamental. Nico Hulkenberg, piloto alemão com mais de 10 anos de experiência na categoria foi o primeiro a ser escolhido. Então, veio a decisão “corajosa” de dar uma oportunidade para um jovem: Gabriel Bortoleto. 

“Nico Hülkenberg já havia sido decidido quando eu cheguei, e então nós decidimos ser corajosos e escolher um piloto jovem, e acho que escolhemos o melhor novato [Gabriel Bortoleto]. Ele é simplesmente um talento excepcional, combinado com uma ética de trabalho impressionante”, reconheceu Dollner. 

O regulamento de 2026 resultará em carros menores e mais leves, além de ter um foco maior em sustentabilidade e eletrificação. Essas mudanças ajudaram a convencer a Audi a entrarem na categoria: “Sinto que temos uma boa base inicial e o próximo ano será um momento crucial, a maior mudança de regulamento da história. Vamos ter uma nova unidade de potência, completamente nova, e um regulamento de chassis também totalmente novo”. 

“Ninguém sabe exatamente onde está, mas ninguém sonha em vencer agora. Para nós, nossa equipe ainda está em fase de construção. Mattia e Jonathan estão fazendo um ótimo trabalho, trazendo talentos para a equipe. Mas, olhando para o tamanho em si, temos cerca de dois terços da estrutura organizacional das outras equipes. Temos por volta de 700 pessoas, enquanto as equipes de ponta têm 1.100”, continuou. 

“Automobilismo e a Audi combinam perfeitamente e isso também vai energizar nossa organização. Há muito o que aprender, não apenas em termos de tecnologia. No aspecto tecnológico, o principal aprendizado é que eficiência é um tema central na Fórmula 1, o que também é um tema prioritário nos nossos produtos de linha”, disse. “Mas o que mais aprendemos é sobre liderança e equipe. Como a velocidade é organizada, como a tomada de decisões rápidas é estruturada”. 

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