5:12 AM
14 de junho de 2025

Cervejaria Backer busca novo capítulo para sua trajetória – 23/04/2025 – Copo Cheio

Cervejaria Backer busca novo capítulo para sua trajetória – 23/04/2025 – Copo Cheio

PUBLICIDADE


“Em cada curva a vida nos reserva uma surpresa. A queda se transforma em aprendizado.” A frase está impressa com letras maiúsculas no grande tanque de inox que fica logo na entrada da Cervejaria Backer, em Olhos d’Água, na grande Belo Horizonte. E apesar de não ser uma impressão recente, carrega um tom quase profético para quem conhece a história recente da marca.

Pouco mais de cinco anos depois da tragédia que abalou o setor cervejeiro, principalmente em Minas Gerais, a Backer parece viver um segundo capítulo de sua agitada trajetória.

Se de um lado a empresa segue em recuperação judicial e aguarda a sentença de um julgamento criminal, por outro, sua marca volta a ocupar cada vez mais espaços nas gôndolas dos supermercados mineiros.

Em uma visita recente a Belo Horizonte, este escriba se deparou com dezenas de garrafas de 600 ml com o rótulo da Backer em versões variadas, como pilsen, trigo ou pale ale, todas vendidas por um preço bem competitivo. Além delas, Capitão Senra e Medieval, também da cervejaria, estavam disponíveis.

A gôndola cheia passa a impressão de uma certa recuperação para a cervejaria que, no início de 2020, esteve envolvida em um caso de contaminação que vitimou dez pessoas e teve ao menos outras 19 com sequelas neurológicas ou renais, causadas por uma intoxicação pela substância dietilenoglicol, encontrada em diferentes lotes de cervejas da Backer, principalmente do rótulo Belorizontina.

Um ano antes do caso, a Backer estava vivenciando seu auge, sendo eleita com o a melhor cervejaria de grande porte no Concurso Brasileiro de Cervejas, em Blumenau. Grande porte significava ter uma produção acima de 100 mil litros, algo distante do mercado dito artesanal.

Ao lado de marcas como Falke, Krug e Wäls, a Backer era o carro-chefe do boom cervejeiro mineiro. Os rótulos da linha Três Lobos faziam sucesso nas gôndolas de São Paulo, onde eram facilmente encontrados. Depois do caso de contaminação, porém, as cervejarias mineiras demoraram algum tempo para recuperar o bom momento.

No seu site oficial, há uma descrição lacônica em uma linha do tempo: em 2020, fechamento da fábrica; em 2022, reabertura da fábrica. Outra aba, com um texto longa, explica a recuperação judicial.

Em seu perfil no Instagram, a cervejaria lançou uma sessão com vídeos batizada de Backer Lab, mostrando equipamentos moderninhos de laboratório com análises de produtos usados nas cervejas, como o fermento que vai agir no líquido.

De taxistas a donos de botecos de Belo Horizonte, é mais fácil encontrar quem perdoe o caso da cervejaria (mas afirmando que eles precisam pagar pelo erro) do que quem critique.

O grande e pomposo bar-restaurante ao lado da fábrica recebe casais e grupos em busca de um lugar agradável para passar a noite, que pode ter música ao vivo. As cervejas da casa voltaram a ser comercializadas normalmente —ao contrário de 2020, quando ofereciam Heineken enquanto a própria marca estava proibida. A novidade na casa era a Backer Light, com 4,2% de álcool e sem açúcar ou glúten.

E se a decoração é a mesma, com elementos rústicos e outros moderninhos, o nome aparentemente mudou. Inaugurado em 2014 como Templo Cervejeiro, agora é chamado de Pátio Cervejeiro.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Fonte.:Folha de São Paulo

Leia mais

Rolar para cima