O maracujá é uma fruta comum em climas tropicais, com mais de 500 espécies já identificadas. No Brasil, o maior produtor e consumidor da fruta, a mais comum é a Passiflora edulis. Sua polpa consiste em cerca de 30% da fruta e é a parte mais utilizada para sucos e preparos, restando flores, sementes, folhas e casca para serem aproveitadas.
Em receitas na internet, é possível encontrar indicações de uso do chá da casca de maracujá. Mas será que ele realmente traz algum benefício para a saúde? Saiba mais sobre o que tem na casca do maracujá e se vale a pena fazer esse chá.
Fruta é fonte poderosa de fibras, mas não no chá
Diferentes partes do maracujá são usadas na nossa cultura: frutos são consumidos diretamente, a polpa é usada em sucos, flores para decoração. Sobram então as folhas e as cascas. As folhas do maracujá realmente são um ótimo ingrediente para um chá, pois são elas que garantem a sensação relaxante após o consumo.
A casca do maracujá, por sua vez, é formada por duas partes: o epicarpo, que é a parte amarela, e o mesocarpo ou albedo, a parte esbranquiçada. Ambas possuem altos níveis de polifenóis, como o ácido gálico, a orientina e a vitexina, ricos em propriedades antioxidantes.
O invólucro da fruta também é uma fonte extraordinária de fibras, especialmente a pectina, que chega a 20% do peso da fruta. Essa fibra contribui para o controle de níveis glicêmicos e controle do colesterol HDL no organismo. Por sua ação gelatinosa, também torna a casca do maracujá um ótimo ingrediente em geleias.
Mas, para obter as fibras da casca e seus benefícios, você precisaria comê-la. Elas não são transferidas de forma significativa para a água do chá.
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Vale a pena fazer chá da casca do maracujá?
Apesar do que se diz por aí, praticamente não existem quaisquer estudos que confirmem algum benefício a partir do chá da casca do maracujá.
Também existem poucos estudos em relação à sua toxicidade, mas um ponto que requer atenção é a alta presença de glicosídeos cianogênicos na casca da fruta. Essas substâncias são bastante conhecidas por causarem a toxicidade da mandioca crua, e poderiam acabar fazendo mal também no caso do maracujá.
O efeito do consumo dos cianogênicos é liberar íons de cianeto na corrente sanguínea do indivíduo. Dependendo da quantidade de cianeto no sangue, uma reação tóxica pode acontecer, levando a náuseas, vômito e até a óbito, em casos extremos.
Felizmente, o efeito tóxico depende de fatores como o estado de saúde, a dose ingerida e, principalmente, o peso corporal. A recomendação sobre o consumo de farinhas à base da casca de maracujá, por exemplo, é de no máximo 30 gramas ao dia. Portanto, o melhor é evitar o chá da casca e aproveitar as outras partes do maracujá.
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Fonte.:Saúde Abril