Muito comum nas mesas brasileiras, seja crua em caladas ou como complemento para inúmeras receitas, a cebola é a hortaliça condimentar mais difundida do mundo, disponível em cores e tamanhos variados.

Mas, não importa se você a utiliza em um refogado ou salada, qualquer preparo sempre vai deixar como resíduo a casca da cebola. Buscando evitar o desperdício, há quem sugira preparar um chá com ela, uma opção inusitada que acaba gerando bastante dúvida: será que vale a pena?

A casca de cebola realmente é uma fonte de diversos compostos que possuem validade biológica, e a hortaliça concentra a maior parte deles nas camadas externas. No entanto, embora haja muitos potenciais, os chás não são tão estudados pela ciência para confirmar que realmente trazem as vantagens prometidas.

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O que a casca de cebola traz de benefícios?

De forma geral, as camadas mais externas da cebola são ricas em compostos fenólicos e, entre eles, os flavonoides. Famosos pela ação antioxidante, são moléculas que se combinam com radicais livres gerados no corpo, e naturalmente têm prevalência em frutas, hortaliças, leguminosas e vegetais em geral.

Além disso, a casca de cebola possui propriedades antimicrobianas, com um potencial um pouco maior na cebola roxa em comparação com a amarela.

Também há estudos, realizados em ratos, que levantam a capacidade da casca em diminuir o acúmulo de gordura, ou ainda atenuar o nível de glicose no sangue. Alguns registros in vitro também levantam a possibilidade de inibir células cancerígenas, além de também diminuir inflamações ou diminuir a pressão sanguínea.

Mas tudo isso são benefícios potenciais, em estudos que analisaram a casca em si, não o chá, e que precisam de muitos outros estudos. Tanto experimentos com ratos quanto in vitro não conseguem traduzir a complexidade do corpo humano, e pesquisas mais aprofundadas são necessárias para entender se essas vantagens permanecem quando a casca (ou seu chá) é ingerida por uma pessoa.

Apesar do desperdício comum, a casca contém ainda proteína, fibra, e minerais – principalmente potássio, cálcio e magnésio -, além de pequenas quantidades de ferro, zinco e manganês, além dos carboidratos. Também há pequenas quantidades de vitaminas do complexo B na cebola como um todo.

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Mas e os chás?

A boa notícia é que os chás de cebola amarela continuam conservando os teores de flavonoides, sendo uma fonte de antioxidantes, mas os produzidos com cascas de cebola pós processo de secagem tendem a ter menores teores de antioxidantes. O melhor a se fazer, portanto, é o chá com as cascas in natura.

Embora as cascas de cebola, de fato, tenham propriedades interessantes, não há informações de que outros compostos se concentrem nas infusões dos chás, como os minerais e vitaminas presentes. Também são exigidos mais estudos para atestar que as vantagens de se consumir o alimento, como as propriedades anti-inflamatórias, sigam existindo na infusão da casca.

Se a ideia for somente incorporar os antioxidantes na rotina, é possível fazer isso de outras maneiras mais simples, como consumir mais de três tipos de frutas, de cores diferentes, no dia, além de uma alimentação balanceada em verduras e legumes. Oleaginosas, como nozes, castanhas e amendoim também são boas pedidas, e de quebra adicionam à dieta mais vitaminas, minerais e fibras.