Popularmente usada como tratamento para fadiga, estresse, impotência sexual, memória e problemas digestivos, a catuaba já foi muito disseminada como uma planta capaz de ajudar diversos quadros.
Mesmo assim, a ciência não confirma o que, de fato, o chá feito com ela oferece à saúde.
Um dos desafios, antes de definir se o chá de catuaba realmente funciona, é decidir qual planta será estudada. Isso porque o nome é aplicado pela linguagem popular a diversos gêneros distintos na natureza.
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Muitas plantas, o mesmo nome
Aqui no Brasil, o título de “catuaba verdadeira” é atribuído à Trichilia catigua, e os chás são feitos com a casca dela. Mesmo assim, por vezes, estudos que tentam decifrar os benefícios da catuaba são feitos com outras espécies, o que pode gerar confusão sobre os potenciais da planta.
A dúvida é antiga: os primeiros registros chegaram a identificar outra espécie e até incluíram “catuaba” em seu nome científico. Era a Erythroxylum catuaba, uma planta que, descobriu-se depois, já tinha sido catalogada quase um século mais cedo com outra denominação – Erythroxylum vaccinifolium.
Ou seja: quando você comprar o produto já embalado, é bom ficar de olho na espécie indicada no rótulo. Além da falta de evidências de modo geral, pode haver ainda menos certeza sobre os benefícios da planta adquirida, já que os estudos podem ter sido feitos com outra das espécies identificadas como catuaba.
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Mas, afinal, há benefícios para a saúde?
A medicina popular já chegou a se debruçar sobre o gênero da Trichilia para diversos usos, de sanar problemas no fígado a tratar malária, passando por promessas antiepiléticas e afrodisíacas.
No extrato alcóolico, a planta tem atividades antimicrobianas, sendo um promissor antiviral e antibacteriano, além de combater certos protozoários. No campo da saúde mental, é frequentemente alvo de pesquisas como antidepressivos ou ansiolíticos. Os resultados disponíveis, porém, são apenas de experimentos com ratos.
Um dos usos populares para a planta – e muito buscados – é sua suposta capacidade afrodisíaca. Há, inclusive, tônicos patenteados que misturam a Trichilia com outros extratos e prometem ajudar na fadiga mental e física, estresse e astenia muscular.
Na hora H, porém, há poucas evidências de que plantas contribuam com a libido. O efeito vasodilatador da catuaba só foi observado em testes com animais.
De modo geral, os estudos não têm resultados consolidados em humanos e, por vezes, são feitos apenas com testes in vitro, usando doses e concentrações muito maiores do que as consumidas habitualmente. Normalmente, o teste é com compostos isolados ou outras apresentações da planta, havendo ainda menos conhecimento sobre os efeitos do chá de catuaba.
Em qualquer cenário, o uso da catuaba deve ser feito com cuidado e jamais substituir um tratamento médico regular.
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Fonte.:Saúde Abril