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- Author, Darío Brooks y William Márquez *
- Role, BBC News Mundo
Dezenas de milhares de pessoas se reuniram na manhã deste domingo (21/9) em frente ao Estádio State Farm, em Glendale, Arizona, para participar do culto em memória do ativista conservador americano Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro enquanto discursava em uma universidade em Utah.
Em um estádio lotado, um grupo de gaiteiros abriu formalmente a cerimônia cantando o conhecido hino cristão Amazing Grace.
O evento, que contou com a presença do presidente Donald Trump, do vice-presidente J.D. Vance e de vários membros do gabinete, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., foi cercado por forte esquema de segurança.
Também estava presente Elon Musk, o empresário e ex-assessor de Trump que se distanciou do governo no final de maio passado.
A atmosfera dentro e fora do estádio era uma combinação de comício político, culto religioso e cerimônia em memória.
Muitos acenaram ou usaram as cores da bandeira americana, usaram bonés MAGA (do slogan político de Trump, “Make America Great Again”), seguraram cartazes, com citações da Bíblia e de Kirk, e crucifixos.
Pulseiras comemorativas, faixas com a foto de Kirk e lenços de papel foram colocados em todas as cadeiras. Grupos musicais se divertiram com a chegada dos principais palestrantes do evento. Trechos de antigos discursos de Kirk foram tocados nos alto-falantes.
Foi um sinal do impacto e da influência de Kirk sobre seus apoiadores, que viajaram de todos os Estados Unidos e do exterior para homenagear o ativista conservador, visto como um patriota e mártir cristão.
Foi também uma indicação de como sua morte galvanizou o apoio da direita ao presidente Trump.

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Hegseth destacou o ativismo de Kirk na fundação da Turning Point USA, “mas este momento é o ponto de virada para a América”, disse o Secretário de Defesa. “Charlie, nós cuidaremos disso. Deus o abençoe.”
Além de altos funcionários do governo americano, também houve palavras de admiradores e amigos de Kirk.
Frank Turek, amigo do ativista que estava a 7,5 metros do local do ataque na Universidade de Utah, disse: “Fizemos tudo o que podíamos para salvar Charlie, mas ele já estava morto.”
“Ouvi dizer que Charlie não sentiu dor; ele morreu instantaneamente.”

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Embora a organização de Kirk, a Turning Point USA, tenha sede no Arizona, muitos de seus apoiadores vieram de outros estados.
Juan e Stephanie Flores chegaram do Tennessee para encontrar amigos que tinham viajado da Califórnia e estavam na fila para entrar no estádio desde as 6h da manhã.
“Desistimos, tem gente demais”, disse Stephanie à BBC. “Tem gente que está aqui desde as 3 ou 4 da manhã.”

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No entanto, ela diz que não ficou chateada. Apontando para a multidão ao redor, ela declarou: “Estou animada ao ver quantas pessoas vieram aqui para homenagear Charlie Kirk. Vejam todos esses jovens, todos eles amam a Deus.”
Emory, outra participante que conseguiu entrar no estádio, disse à BBC que se sentiu atraída pela mensagem de Charlie Kirk porque sua fé é uma “grande parte” de sua vida.
“É importante para mim desfrutar da minha fé e pregar o evangelho”, disse ela, apontando para o palco, animada com os cânticos de louvor que uma das bandas estava tocando.
“Isso é a prova de que (Charlie) ainda consegue unir as pessoas mesmo que não esteja mais aqui.”

O assassinato de Kirk desencadeou um debate acalorado sobre a liberdade de expressão nos EUA. Ele era um defensor apaixonado desse direito, embora tenha havido uma reação contra qualquer pessoa que critique Kirk ou se oponha às suas opiniões.
Professores, funcionários públicos e um famoso apresentador de televisão, Jimmy Kimmel, foram demitidos ou penalizados por comentários que fizeram.
Enquanto isso, o governo Trump ameaçou reprimir ativistas e organizações de esquerda, mesmo que não tenham defendido a violência política ou tenham qualquer ligação com o assassinato de Charlie Kirk.
*Com informações da equipe da BBC News.
Fonte.:BBC NEWS BRASIL