Cerca de 20 aeronaves militares chinesas sobrevoaram nesta terça-feira (8) os arredores de Taiwan, segundo autoridades da ilha. A movimentação ocorre um dia antes do início das manobras anuais do Exército taiwanês, conhecidas como Han Kuang.
Em comunicado, o Ministério da Defesa de Taiwan informou que, a partir das 7h30 (horário local), foram detectadas incursões sucessivas de 20 aviões chineses, incluindo caças J-16, aeronaves de alerta antecipado KJ-500 e drones.
Do total, 13 cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan e entraram na zona de identificação de defesa aérea da ilha, nas regiões norte, central e sudoeste.
Segundo o governo taiwanês, as operações, coordenadas com navios militares da China, foram realizadas sob o pretexto de “patrulhas conjuntas de prontidão para combate”, com o objetivo de intimidar as áreas marítimas e aéreas próximas de Taiwan.
Os movimentos ocorrem às vésperas do exercício Han Kuang, que testa a capacidade de defesa da ilha diante de uma possível invasão da China — que considera Taiwan uma província rebelde desde 1949 e parte inalienável de seu território.
Na semana passada, o presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, alertou que “a ameaça militar da China continua crescendo” e afirmou que o objetivo de Pequim é “dominar o Pacífico Ocidental e enfraquecer a ordem internacional baseada em regras”.
“Se a China conseguir anexar Taiwan, não vai parar por aí. Isso lhe daria ainda mais poder para expandir sua influência na região de forma agressiva. Taiwan jamais iniciará uma guerra, mas defenderá sua soberania, a paz regional e o status quo”, declarou Lai.
Em resposta, o porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do governo chinês, Chen Binhua, classificou o presidente taiwanês como “belicista” e “sabotador da paz”. Segundo ele, Lai estaria exagerando a ameaça militar do continente para esconder sua “agenda separatista”.
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Ex-prefeito de Wuhan é investigado por corrupção ligada à Covid
O ex-prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang — amplamente criticado pela forma como conduziu os primeiros momentos do surto de Covid-19 — está sendo investigado por suspeita de corrupção.
Segundo o site My News, a Comissão Central de Inspeção Disciplinar, principal órgão anticorrupção da China, anunciou na terça-feira que Zhou está sob investigação por “graves violações de disciplina e da lei”, expressão comumente usada pelo governo para se referir a casos de corrupção.
Zhou ficou conhecido por defender a resposta das autoridades locais à pandemia, criticada mundialmente por ter atrasado o anúncio de que um novo vírus havia sido detectado em Wuhan no fim de dezembro de 2019.
Ainda de acordo com o My News, em janeiro de 2020, Zhou afirmou à emissora estatal CCTV que, como autoridade local, só podia divulgar informações após recebê-las e ter autorização do governo central. Na época, ele fez uma admissão rara entre autoridades chinesas, dizendo que a resposta à crise foi limitada pelas ordens vindas de instâncias superiores.
Wuhan entrou em lockdown três dias após uma reunião do Conselho de Estado — o gabinete da China — realizada em 20 de janeiro de 2020, que transferiu às autoridades locais a responsabilidade pelas medidas em seus territórios. Zhou comentou que, a partir dessa data, “nosso trabalho se tornou muito mais proativo”.
Ele também reconheceu que a cidade, com mais de 11 milhões de habitantes, não emitiu “alertas suficientes” sobre o novo vírus. Ainda assim, defendeu a decisão de ter permitido que mais de 40 mil pessoas participassem de uma celebração do Ano Novo Lunar naquele mês — evento que contribuiu para a disseminação do vírus.
Zhou e o ex-secretário do Partido Comunista em Wuhan, Ma Guoqiang, chegaram a declarar publicamente que estavam “dispostos a renunciar para apaziguar a população”, assim que o surto estivesse sob controle.
Ambos foram duramente criticados pela lentidão nas ações. Milhares de pessoas usaram as redes sociais para exigir suas demissões. Ma foi afastado do cargo em fevereiro de 2020, junto com Jiang Chaoliang, então secretário do partido na província de Hubei.
Em fevereiro deste ano, Jiang foi destituído também de seu cargo na Assembleia Nacional Popular e passou a ser investigado por corrupção. Segundo o jornal Economic Observer, a investigação contra Zhou está relacionada ao caso de Jiang, conforme fontes não identificadas.
Alguns acontecimentos ocorridos em Wuhan, epicentro inicial da pandemia, ainda estão vivos na memória coletiva. Entre eles, o número de mortes agravado pela escassez de suprimentos e de recursos médicos durante os 76 dias de confinamento rigoroso.
Um dos episódios mais emblemáticos foi a morte do médico Li Wenliang, que havia sido repreendido pela polícia local ao tentar alertar seus colegas sobre o novo vírus — caso que gerou comoção e indignação em toda a China.

Serviço de inteligência tcheco afirma que diplomatas chineses colocaram a vida de Hsiao Bi Khim em risco ao segui-la de forma agressiva durante visita oficial. Pequim negou espionagem e acusou Taiwan de promover provocações. Vice-presidente taiwanesa disse que não se deixará intimidar pelo Partido Comunista Chinês
Notícias ao Minuto | 10:30 – 29/06/2025
Fonte. :. Noticias ao minuto