A influenciadora Clara Maia, que estava grávida de gêmeos, passou por um parto prematuro recentemente. No domingo (21), ela compartilhou que um dos bebês, Túlio, não resistiu às complicações e faleceu. A outra criança, Theo, segue lutando pela vida na UTI neonatal.
O parto ocorreu com 28 semanas de gravidez, muito antes da janela em que se encerra a prematuridade, a partir das 37 semanas. A situação chamou a atenção para os riscos de um parto prematuro, que são muito maiores em uma gestação gemelar, como no caso de Clara Maia.
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Por que um parto prematuro ocorre?
Diferentes fatores de saúde da gestante e das crianças podem fazer um bebê vir antes da hora. A própria gestação de gêmeos, por si só, aumenta muito a chance de um parto prematuro.
Mesmo quando há apenas um feto, o parto pode ser antecipado devido a doenças crônicas como hipertensão e diabetes, a manutenção de hábitos danosos à criança como o consumo de álcool, cigarro e outras drogas, a idade da mulher, e mesmo fatores da própria saúde gestacional, como problemas na placenta ou insuficiência istmocervical, por exemplo, além de outras prematuridades em gestações anteriores.
Além disso, nem sempre há uma causa clara para o parto antes da hora.
Em geral, quanto mais cedo é o parto prematuro, maiores os perigos para o bebê. A partir das 25 semanas, a chance de sobreviver começa a superar os 50%, mas ainda há um alto risco de morte e sequelas de longo prazo. Após as 28 semanas, dependendo das condições da gestação e dos cuidados no acompanhamento neonatal, passa a haver uma redução mais acentuada dos perigos, mas eles seguem existindo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a prematuridade como qualquer parto ocorrido antes da 37ª semana, mas há subcategorias:
- Extremamente prematuro – antes das 28 semanas
- Muito prematuro – das 28 até antes das 32 semanas
- Prematuro moderado a tardio – das 32 às 37 semanas
Gestações de gêmeos têm mais chance de prematuridade
Mesmo quando não há nenhuma complicação conhecida na gravidez, o simples fato de ser uma gestação gemelar acaba aumentando as chances de um trabalho de parto antes do ideal. Globalmente, embora gêmeos representem cerca de 3% dos nascidos vivos, eles correspondem a 20% dos partos prematuros.
Quase 11% dos partos de gêmeos ocorrem antes da 32ª semana, como foi o caso de Clara Maia.
Uma gestação múltipla aumenta os riscos devido a questões inerentes à presença de mais de um feto, como o rompimento de membranas devido à expansão do útero além do que ocorreria com um bebê só. Esse tipo de gravidez também aumenta a propensão a outras questões que podem antecipar o nascimento, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.
Um bom acompanhamento pré-natal é fundamental para minimizar os riscos típicos de uma gestação, e o cuidado deve ser redobrado quando se trata de gêmeos. Nem todas as complicações, porém, podem ser evitadas de forma garantida. Siga sempre as orientações de seu médico obstetra e busque adotar medidas de redução de riscos indicadas para sua situação específica de saúde.
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Fonte.:Saúde Abril