As provas da primeira fase do CNU 2025 (Concurso Público Nacional Unificado), que ocorreu neste domingo (5), foram elaboradas buscando candidatos com mais capacidade de análise crítica, mas que não precisavam saber leis ao pé da letra, afirmaram professores e coordenadores de cursos preparatórios após a divulgação dos cadernos de questões.

Luiz Rezende, coordenador do QConcursos, diz que as provas deram um peso grande para “ética, administração pública, política antidiscriminatória, sustentabilidade e consciência ambiental”, sendo que esse último era o tema de perguntas de interpretação de texto.

Para ele, as perguntas não exigiam que se soubesse o texto de leis e regras. “Na seção de ética, poderia ter questões que abordassem o código de ética do servidor, mas a pergunta era algo como um estudo de caso que exigia interpretação”, afirma.

Segundo o coordenador, os candidatos com boas chances são aqueles que têm alguma proximidade com questões de gestão pública.

Aline Menezes, professora do Gran Concursos, disse que as perguntas “foram condizentes com a proposta do CNU, que busca um candidato que não seja alheio a questões sociais”.

Ela citou questões ligadas a saúde mental de trabalhadores, Previdência e epidemiologia.

Para a professora, a banca busca um servidor que tem um perfil com capacidade de análise crítica de textos e dados, mas os enunciados foram considerados longos, o que exige candidatos atenciosos e com boa capacidade para gerenciar o tempo.

André Adriano, professor do QConcursos, afirmou durante a correção da prova que, em exames longos, uma boa tática é deixar para o final as perguntas mais difíceis.

Carlinhos Costa, coordenador de carreiras educacionais do Gran Concuros, diz que os exames também buscavam selecionar pessoas atentas à digitalização dos serviços públicos, à proteção de dados, ao acesso à informação e, em uma parte, à educação a distância.

Ele cita que caíram textos sobre Lei Geral de Proteção de Dados, Lei de Acesso à Informação e muitas questões de elaboração e avaliação de políticas públicas que obrigavam o candidato a entender “a lógica dos ciclos”.

Um dos propósitos do CNU é aumentar a participação feminina entre os aprovados, e, pela primeira vez, há uma regra que determina que na segunda fase pelo menos metade dos candidatos será de mulheres, tanto na ampla concorrência como nas vagas reservadas para cotas.

Para a segunda fase, serão convocados nove candidatos por cada vaga prevista. A última etapa está marcada para o dia 7 de dezembro de 2025. Essa nova fase será a prova discursiva, e apenas os candidatos aprovados na primeira etapa, que ocorreu neste domingo, serão convocados a realizá-la.

A previsão da divulgação do resultado das primeiras provas é 12 de novembro.