Um colecionador da Califórnia, que enfrenta prisão por acusações criminais de posse de propriedade roubada, entregou aos investigadores de Nova York uma estátua de bronze de 2.000 anos de um imperador romano, supostamente saqueada de um sítio arqueológico na Turquia.
O colecionador, Aaron Mendelsohn, 74 anos, de Santa Monica, filantropo e ex-capitalista de risco em tecnologia médica, comprou o torso de bronze sem cabeça “Imperador Nu”, em 2007, de uma galeria de Nova York agora extinta.
Mas o escritório do promotor distrital de Manhattan disse que a estátua, avaliada em US$ 1,33 milhão —ou cerca de R$ 7.2 milhões—, é uma de pelo menos 13 antiguidades que foram saqueadas na década de 1960 do local de um santuário da era romana em uma cidade conhecida como Bubon, na atual Turquia.
A estátua foi um dos vários itens entregues à Turquia na segunda-feira (8) em uma cerimônia em Manhattan. Os outros itens incluíam uma cabeça de mármore do orador grego Demóstenes, avaliada em US$ 800 mil —ou cerca de R$ 4.3 milhões—, que foi apreendida do Metropolitan Museum of Art em setembro sob a alegação de que também havia sido saqueada.
Mendelsohn renunciou a todas as reivindicações sobre a estátua do imperador como parte de um acordo apresentado no Tribunal Criminal de Nova York, no qual os promotores concordaram em retirar o mandado de prisão contra ele. Ele pagou pelo envio da estátua para Manhattan, mas o acordo não exigia que ele reconhecesse que a estátua havia sido saqueada, e incluía a afirmação de Mendelsohn de que não havia feito nada de errado.
O colecionador havia entrado anteriormente com uma ação para impedir que o escritório do promotor distrital apreendesse a estátua em documentos judiciais que contestavam sua jurisdição e argumentavam que pesquisas adicionais eram necessárias para determinar as origens precisas da estátua. Essa ação foi retirada.
Investigadores haviam acusado Mendelsohn de possuir a estátua apesar de saber que ela havia sido roubada e de conspirar com especialistas em arte para disfarçar sua história ilícita. Mendelsohn descreveu essas comunicações como esforços de boa-fé para determinar as origens da estátua.
Sob o acordo, apresentado em setembro, os investigadores disseram que não processariam Mendelsohn se, após um ano, ele não tivesse violado nenhum de seus termos.
Um advogado de Mendelsohn, Marcus Asner, recusou-se a comentar.
O sítio de Bubon na Turquia é conhecido por um santuário imperial romano, ou sebasteion, onde a população local ergueu estátuas de imperadores e suas esposas de aproximadamente 50 a 250 d.C. para venerar o poder imperial em uma época em que a região fazia parte do império estendido de Roma.
Fonte.:Folha de S.Paulo


