Em entrevista ao programa Café com a Gazeta do Povo, desta quarta-feira (14), a diarista Jennifer Martins, presa nos atos do 8 de janeiro, em Brasília, e condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda-feira (12), relatou que, ao ser detida, ouviu da policial que “ficaria tudo bem” e que, na sequência, a agente de segurança pública fez a letra “L” com as mãos, em uma alusão ao presidente Lula (PT).

De acordo com Jennifer, as pessoas detidas na ocasião não foram informadas porque estavam presas e precisaram esperar por horas no gramado da Esplanada dos Ministérios e, posteriormente, nos carros que levaram os manifestantes à cadeia.

“Não explicaram o motivo de terem nos prendido. Simplesmente juntaram idosos, crianças, homens e mulheres no mesmo local e não nos deixaram mais sair de lá. Mesmo quando fomos levados aos carros, colocaram homem junto com mulher”, disse.

A diarista se recorda que ao questionar a policial acerca do motivo pelo qual ela estava sendo detida, ouviu da agente de segurança pública a frase “vai ficar tudo bem”, mas o que mais chamou atenção de Jennifer foi o gesto feito após a tentativa de acalmar a manifestante.

“A policial só me respondeu que ficaria tudo bem, que eu seria ouvida. Mas o que foi estranho nisso tudo foi o fato dela ter feito a letra “L” com as mãos após dizer que tudo iria ficar bem. Soa, no mínimo, estranho”, disse.

Outro fato narrado por Jennifer dá conta do que foi vivido na penitenciária feminina do Distrito Federal, a Colmeia. Ela relata que ela e outras presas recebiam as marmitas com cabelo, cacos de vidro e, por vezes, o cheiro era “impossível de aguentar”. Além disso, Jennifer afirma que foi questionada por uma agente se aceitaria ficar em uma cela com petistas

“A comida fedia, aquilo era completamente desumano. Ainda tinham situações em que a comida vinha com cabelo, cacos de vidro. Também fui perguntada se eu veria problema em ir para uma cela com petistas”, destacou.

Senadores se reúnem com autoridades argentinas sobre presos do 8/1

Os senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF) participaram de uma reunião com autoridades argentinas, em Buenos Aires, nesta segunda-feira (12), sobre a situação de brasileiros que se encontram detidos e foragidos em decorrência dos protestos anti-Lula do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Os parlamentares gravaram um vídeo na saída da Casa Rosada, sede da presidência da República Argentina, após terem conversado com autoridades argentinas e com os advogados argentinos que estão defendendo os brasileiros.

“Direto da Casa Rosada, na Argentina, participamos de uma missão oficial da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal para tratar da situação dos brasileiros presos no país”, disseram os senadores em uma publicação conjunta no Instagram.

O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar das 7h às 9h30, de segunda a sexta, no canal da Gazeta no YouTube.