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7 de novembro de 2025

COP30: veja locais para provar itens amazônicos em Belém – 06/11/2025 – Restaurantes

COP30: veja locais para provar itens amazônicos em Belém – 06/11/2025 – Restaurantes

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Antes mesmo do início da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que começa nesta segunda (10), a mesa da capital paraense já estava agitada. A comida, elemento cultural que atravessa a cidade, ganhou reforço com uma nova leva de restaurantes e mercados.

É o caso do Porto Futuro, um conjunto de armazéns ociosos transformado em complexo cultural às margens da baía do Guajará depois de reforma de quase dois anos. O galpão quatro, inaugurado no início de outubro, é dedicado à gastronomia com dez restaurantes e cinco quiosques.

No mesmo mês, o mercado de São Brás, espaço reformado que data de 1911, foi reinaugurado com área para feirantes e para restaurantes.

Ali, reabriu uma versão do histórico restaurante Lá em Casa, fundado pelo chef Paulo Martins (1945-2010), que nos anos 1990 já trabalhava para difundir ingredientes amazônicos —muito antes de itens como tacacá e jambu irem parar em letras das cantoras Joelma ou Dona Onete. Central na cozinha paraense e brasileira, o chef acaba de ganhar também a biografia “Memórias de um Filho do Fogão” (ed. Lettera, 276 págs.), com prefácio escrito por de Alex Atala.

Martins também foi o criador do festival Ver-o-Peso, principal evento de gastronomia da região Norte do país que voltou a acontecer em setembro deste ano depois de um hiato de sete anos. Joanna Martins, filha de Paulo, esteve à frente da edição com feira de restaurantes, produtos e presença de chefs como Janaína Torres, do Bar da Dona Onça.

Mas Belém não vive apenas de memória: novos cozinheiros estão abrindo negócios que atualizam a ideia de comida paraense.

O restaurante Celeste, da chef Esther Weyl, aberto em abril do ano passado, é um deles. Aos 34 anos, ela já trabalhou com nomes como José Andrés, dono de conglomerado de restaurantes nos Estados Unidos e líder da ONG World Central Kitchen, e Dan Barber, do Blue Hill at Stone Barns, em Nova York.

Em um casarão com tijolos à mostra e chão de madeira na Cidade Velha, ela serve receitas como uma barriga de porco com purê de maniçoba (cozido típico feito com as folhas da mandioca moídas) e jambu.

Quando abriu o bar Muamba em 2019, o bartender Yvens Penna tinha como premissa refletir sobre uma coquetelaria local que não se baseasse apenas em ingredientes —e se valesse da forte ligação que o belenense tem com suas tradições.

Essa ligação, aliás, permitiu uma rápida articulação para derrubar a proibição da venda de produtos como açaí e maniçoba anunciado pela entidade responsável pela montagem da COP30 em agosto. Saulo Jennings, responsável pela alimentação na Cúpula dos Líderes, foi um dos a se manifestar publicamente.

Veja, a seguir, 15 locais provar sabores paraenses —da capirinha ao queijo quente de jambu.

Cairu

A sorveteria é conhecida na capital paraense por seus sabores regionais, que incluem bacuri, bombom de cupuaçu, acaí e uxi —fruta amazônica oleosa e de sabor adocicado (R$ 18, casquinha com uma bola). Tem, entre as unidades, uma no Porto Futuro e outra na Estação das Docas.

Estação das Docas – av. Boulevard Castilho, s/n. @sorveteriacairu


Cambuci

Entre receitas mais clássicas, preparadas com salmão e bacalhau, o chef Allan Renato serve pedidas como pirarucu com salada de manga e vinagrete de laranja e caldeirada paraense de filhote com frutos do mar.

Tv. Dom Romualdo de Seixas, 157, Umarizal, Belém. @cambucirestaurante


Casa do Saulo

O paraense Saulo Jennings tem sete restaurantes, incluindo filiais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em Belém, serve sua cozinha na Casa das Onze Janelas. Ali, prepara receitas autorais que têm como base as tradições do Tapajós. Como exemplo, há carpaccio de pirarucu (R$ 79,90), com lâminas do peixe amazônico defumado, creme de queijo, geleia de cupuaçu, pesto de jambu e castanha-do-pará.

R. Siqueira Mendes, s/n, Cidade Velha. @casadosauloonzejanelas


Celeste

Sob comando da chef Esther Weyl, que já trabalhou com nomes como José Andrés, à frente de um conglomerado de restaurantes nos EUA, serve cozinha contemporânea que tem como base ingredientes locais. Entre as sugestões, crocante de tapioca com tartare de carne de búfala (R$ 55) e barriga de porco com purê de maniçoba e jambu (R$ 83).

R. Padre Champagnat, 302, Cidade Velha. @celesteorestaurante


Lá em Casa Balcão

Restaurante fundado pelo chef Paulo Martins (1945-2010), retorna em formato novo, com pratos rápidos dentro do mercado de São Brás. Entre as pedidas estão unha de caranguejo (R$ 20), tacacá (R$ 15) e maniçoba (R$ 30). Para beber, suco de cupuaçu (R$ 15).

Av. Alm. Barroso, São Brás. @laemcasabalcao


Meu Garoto

O tradicional boteco é o lar da famosa cachaça de jambu, que ganhou bares em todo o país com a sensação de tremor que a planta causa na boca. O destilado é encontrado puro e servido em drinques —mas, quem visita o local também deve provar a longa lista de licores de sabores locais como o de bacuri, açaí e cupuaçu.

R. Manoel Barata, 928⁣⁣. Av. Sen. Lemos, 641⁣⁣. @botecomeugaroto


Muamba Bar

Dedicado à coquetelaria paraense, o bartender Yvens Penna serve drinques como o chicócktail (R$ 38), feito com tequila, licor de laranja, limão e soda artesanal de chicória-do-pará e o urucum pisco sour (R$ 38), preparado com pisco, urucum, limão e espuma de goiaba.

Porto Futuro – Armazém. Av. Marechal Hermes, s/n, Reduto. @muambabar


Nauta Padaria

Dá para sentar na casa do chef Felipe Castanho e pedir folheados e pão com ovo cremoso. Mas também dá para ter a experiência local, com queijo quente com pesto de jambu (R$ 29) e croissant de cupuaçu (R$ 30), acompanhado por coado ou capuccino.

Tv. Barão do Triunfo, 2.576, Marco. @nautapadariaartesanal

Puba

A mandioca é o ponto de partida das criações servidas neste bar que tem o comando dos chefs Thiago Castanho e Gustavo Rodrigues, também sócios no paulistano Sororoca. A raiz é ingrediente do tucupi servido na receita de atum cru, nampla (molho de peixe), chuchu e castanha-do-pará (R$ 65). Já na receita de filé de tucunaré com curry verde e leite de coco, é base para o cuscuz de farinha d’água (R$ 89). Drinque feito com cachaça de jambu, Fernet e limão (R$ 42).

R. Veiga Cabral, nº 649, Cidade Velha. @puba.belem


Santa Chicória

Restaurante tradicional, também se dedica à cozinha contemporânea paraense. Para começar a refeição, é possível pedir entradas como o rolinho de pato no tucupi (R$ 54), que pode ser seguido de opções como o filhote grelhado na brasa (R$ 98) com arroz de pesto de jambu, farofa de castanha e manteiga de urucum. Na parte inferior do casarão em que está instalado, fica a sorveteria Mel e Sal, com sabores regionais como bolo de macaxeira.

Av. Senador Lemos, 565, Umarizal. @santachicoria


Iacitata Amazônia Viva

A cozinheira e ativista Tainá Marajoara é a responsável por preparar pratos indígenas para líderes mundiais na COP30. Ela também comanda o espaço, que privilegia ingredientes vindos sistemas agroalimentares ecológicos, produções quilombolas e indígenas. O menu tem opções como bolinho de piracuí (farinha de peixe) e peixe no tucupi.

Tv. Padre Champagnat, 284, Cidade Velha, Belém. @iacitata_. Fechado até o fim do evento em Belém


A marca de chocolate Filhas do Combu tem uma loja em Belém, mas vale visitar sua fábrica na ilha do Combu, a 15 minutos de barco da cidade, se você tiver tempo.

Quase todo revestido de floresta, o Combu foi onde, em 2011, Dona Nena começou a produção de chocolate com cacau nativo em sua casa e ganhou projeção com a ajuda de chefs como Thiago Castanho. Hoje, o local é um espaço de visitação (R$ 80) que ensina sobre variedades de cacau, produção de chocolate e sustentabilidade —também há comidinhas e degustação de bombons.

Loja Belém – R. Aristides Lobo, 362, Umarizal. Ilha do Combu, Belém. @filhadocombu


Bem ao lado do Filha do Combu, mas acessível apenas de barco, o restaurante tem vista para Belém —só que do outro lado da baía do a baía do Guajará. O menu tem petiscos como o caranguejo refogado na cuia servido com farofa (R$ 26,95) e bolinhos de peixe. Entre os principais, tambaqui na brasa servidos com arroz de jambu, farofa e vinagrete (R$ 137,50 para duas pessoas).

Ilha do Combu. @saldosamaloca


Mercado Ver-o-peso

O mercado, que é cartão postal de Belém e artéria da cidade, vende produtos diversos divididos por áreas. Há setores inteiros voltados a ervas, artesanato, alimentos feitos à base de mandioca e frutas. Na parte dedicada à alimentação, há estandes especializados em servir o açaí como ele é consumido pelos moradores: com peixe frito e farinha de tapioca —claro, sem açúcar ou xarope.

Av. Boulevard Castilhos França,s/n, Campina

A jornalista viajou a convite do festival Ver-o-Peso





Fonte.:Folha de São Paulo

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