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1 de julho de 2025

Crítica: Ai Ai serve cozinha asiática que conforta – 30/06/2025 – Restaurantes

Crítica: Ai Ai serve cozinha asiática que conforta – 30/06/2025 – Restaurantes

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Quer colocar o pezinho na culinária asiática sem correr riscos de topar com ingredientes exóticas demais? O Ai Ai Cozinha Asiática, no Ipiranga, região sul de São Paulo, pode ser uma boa pedida. Mesmo que você não esteja familiarizado com nomes como bao, domburi ou katsu karê, vai se sentir devidamente acolhido.

O sobrado em que funciona o restaurante lembra uma rotisseria. Não é exatamente um lugar caloroso. Mesas de madeira, com pequeno salão aberto para a calçada, e cozinha fechada ao fundo. Hashis descartáveis, guardanapos ensacados e utensílios de plástico que imitam cerâmica dão um ar de fast-food. Ainda assim, os clientes demoravam para desocupar as mesas. O segredo, é claro, está na comida.

Com preços abaixo do que os praticados por restaurantes equivalentes em outras regiões, o cardápio conforta desde as entradas. Dessa parte do menu —que conta com berinjela empanada (R$ 14) e kimchi (R$ 9) — foi provado o guioza de legumes (R$ 13, duas unidades). Parecem selados na frigideira depois de cozidos no vapor, porque chegam macios, mas com partes delicadamente crocantes. Mergulhados em um pouco de molho à base de shoyu, estavam levíssimos, com recheio saboroso.

Em busca de algo mais robusto, as atenções se voltaram à parte do cardápio reservada a baos (pães fofinhos cozidos no vapor, com três opções de recheio) —e sando (sanduíche japonês, ali de copa-lombo e servido em pão de inhame).

O bao de porco (R$ 29) é ótimo. A receita ficou famosa mundo afora especialmente pelas mãos do chef americano de ascendência coreana David Chang. Clientes saudosos do bao que ele servia em seus restaurantes em Nova York (deles, apenas o Momofuku Noodle Bar continua aberto), podem achar que a versão da massa servida no Ai Ai poderia ser mais fofa. Mas estava boa mesmo numa textura mais firme. Mantendo esperados contrastes entre o picles de pepino e a untuosidade adocicada da panceta grelhada.

Foram provados dois pratos principais. O domburi de frango karaague (R$ 44) vem com arroz japonês, conserva picante de cebola roxa, saladinha de repolho e o simpático ovo ajitama (cozido e marinado no shoyo, moldado na forma de ursinho). O frango vem num empanado crocante, com toque adocicado, brincando com as texturas do restante do prato.

Já no katsu karê (R$ 46), o arroz veio com copa-lombo empanado e curry. A versão japonesa desse molho é mais suave que a tailandesa ou a indiana. E o arroz, como se sabe, é sem (ou com pouco) sal. Apesar de ser um prato gostoso, no conjunto parece faltar algo.

Há três itens na parte de sobremesa. Mas apenas uma com sustância. A chocopie (R$ 26) é uma torta de chocolate com textura que se aproxima de uma musse, agraciada com calda de caramelo de missô. A ideia é boa. Mas talvez a presença da calda pudesse ser mais discreta para mordidas mais equilibradas.

As outras opções para adoçar a boca não são feitas na casa: dois minicookies (R$ 12) e sorvetinho Moti-Moti (R$ 8), mochi recheado de doce de leite, manga ou matcha. Vale para quem quer provar algo culturalmente distante da nossa realidade gastronômica.



Fonte.:Folha de São Paulo

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