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22 de agosto de 2025

Crítica: No Barbatana Amarela falta capricho nos pescados – 21/08/2025 – Restaurantes

Crítica: No Barbatana Amarela falta capricho nos pescados – 21/08/2025 – Restaurantes

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Quando você sai para comer frutos do mar em São Paulo, sabe que o passeio não será exatamente barato. Por isso mesmo, é comum criar expectativas de uma refeição especial. Mesmo que seja em um ambiente mais simples, como é o caso do Barbatana Amarela, agora em Pinheiros.

A casa se mudou da Pompeia para a rua Francisco Leitão há pouco mais de dois meses. Com mesas e cadeiras de boteco e preços de restaurante, trabalha com ingredientes do mar, frescos e de qualidade. Mas ainda falta ajustar o serviço e executar as boas ideias do cardápio com mais atenção e esmero.

Ao chegarmos, a atendente indicou a mesa na lateral da casa e não voltou para entregar o cardápio. O jeito foi levantar e pegar por conta mesmo. Atrás de nós, um entra e sai da porta da cozinha com sacos de arroz, cebola e batata davam um ar de amadorismo. Um salão anexo, com as luzes apagadas, transmitia um certo abandono. Mas, no menu, os pratos pareciam promissores.

Pelo valor, a expectativa da entrada de calamari (R$ 80) é que ela fosse bem servida. No entanto chegou em um prato pequeno e com mais batata bolinha do que lula salteada. Carregado no molho chipotle, o prato é saboroso, mas feito para aqueles que realmente gostam de receitas picantes.

Quem preferir começar com uma entrada mais em conta, pode optar pelas croquetas. Há três opções: de camarão (R$ 67), de sardinha (R$ 49) e de siri (R$ 58).

De principal, o atum na brasa (R$ 96) é acompanhado por batata-doce assada, acelga japonesa com uma ou outra gota de uma redução à base de vinho do Porto e balsâmico, três tomates-cereja e farofa de alho. Um pouco de coalhada tentava amenizar, em vão, a secura do prato.

Os tomatinhos, anunciados no menu como confitados, eram só tomatinhos mesmo, sem tempero algum. A verdura, crua, parecia ter passado longe da grelha. Era como se os ingredientes tivessem sido colocados sem cuidado, todos no mesmo prato, apenas para coexistirem. Não para resultar num preparo que fizesse sentido.

Também foi provado o rigatoni com polvo, lula, camarão, mexilhão e vôngole (R$ 97). Os frutos do mar estavam saborosos e no ponto correto. Uma pena que, com exceção do único mexilhão do prato que acabou se destacando por ter sido disposto em cima, seus companheiros sumiam no meio de tanta massa. Ela, aliás, parecia ter sido cozida antecipadamente.

A interessante ideia do sofrito (um refogado de tomate, cebola, alho e pimentão) não funcionou por um erro de preparo. Chegou com aspecto e sabor de vinagrete, frio, em cima do rigatoni.

De sobremesa, cheesecake (por R$ 37). Feita para quem gosta da versão com textura mais firme que cremosa e com uma camada grossa de biscoito embaixo. A saborosa calda de frutas vermelhas, com acidez e doçura na medida, foi a responsável por levar delicadeza ao doce.

No fim, a experiência mostrou que ao Barbatana Amarela faltam ajustes básicos. Cuidados que façam jus à qualidade dos frutos do mar que servem, à taxa de serviço de 13%, e às ideias do cardápio que podem funcionar caso sejam tratadas com mais atenção.



Fonte.:Folha de São Paulo

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