A agência cultural da ONU, a Unesco, reconheceu nesta quarta‑feira (10) a cozinha nacional da Itália como patrimônio cultural imaterial, uma consagração formal a uma tradição culinária transmitida de geração em geração e que o país europeu espera ver impulsionar o turismo.

A votação de um painel da Unesco, reunido em Nova Déli, coroou um processo iniciado pela Itália em 2023. O governo apresentou a cultura alimentar do país como um ritual social que une famílias e comunidades, e que vai além de pizza, massa e risoto.

A 20ª sessão do Patrimônio Cultural Imaterial também incluiu na lista tradições como o festival hindu de Diwali e a cultura das piscinas na Islândia.

Em uma declaração em defesa da inclusão da Itália, o governo descreveu a culinária do país como diversa. Inclui o ossobuco da Lombardia (cana de vitela braseada com gremolata) às orecchiette com cime di rapa da Puglia (massa em forma de “orelhas” com folhas de nabo).

“É uma distinção que só pode nos encher de orgulho”, afirmou a primeira‑ministra Giorgia Meloni em declaração na quarta‑feira.

“Isso nos dá uma ferramenta poderosa para valorizar ainda mais nossos produtos e protegê‑los de forma mais eficaz contra imitações e concorrência desleal.”

Associações do setor estimam que o reconhecimento pela Unesco pode aumentar o turismo em até 8% em dois anos, adicionando 18 milhões de pernoites.

A culinária italiana passa a integrar um cardápio global da lista de patrimônios culturais imateriais, que já inclui refeições da alta cozinha francesa celebrando domingos e ocasiões festivas, refeições mexicanas vinculadas a ritos religiosos de uma minoria étnica, a técnica coreana de fermentação do kimchi e a cozinha Washoku do Japão.

Em 2024, o ‘jeitinho mineiro’ de fazer queijo também virou patrimônio da Unesco.