A gente não fica aqui discutindo ‘vamos deixar de fazer o processamento metalúrgico porque consome 7% da energia do Brasil’ (…) O desenvolvimento industrial de uma nação passa por consumir energia
Affonso Nina
Em relação ao consumo de água, Nina relata que a maioria dos data centers opera com circuito fechado. É uma tecnologia parecida com o radiador de carro, que mantém a mesma quantidade de líquido, a não ser em casos de vazamento. Contudo, cerca de 20% das instalações ainda usam resfriamento por evaporação, o que consome mais água.
Enquanto isso, especialistas se preocupam com os grandes volumes de recursos naturais destinados aos data centers e os poluentes emitidos por eles.
Um estudo da Universidade da Califórnia, em Riverside, estima que o consumo de água associado à IA pode chegar a 6,6 bilhões de metros cúbicos até 2027, o equivalente ao que seis países do tamanho da Dinamarca gastam em um ano. O documento mostra também que, em um ano, os data centers do Google evaporaram cerca de 24 bilhões de litros de água doce no resfriamento, sem reaproveitamento.
As informações são resgatas em um novo relatório do Lapin (Laboratório de Políticas Públicas e Internet), divulgado na semana passada. O estudo concluiu que a neutralização dos impactos tem passado por investir pesado em energia renovável e créditos de carbono, mas essa compensação tem sido feita em regiões diferentes daquelas onde são instaladas os data centers. Nina, no entanto, minimiza:
A instalação física do data center em si tem baixíssimo impacto. Ter impacto ambiental é inerente à indústria dos data centers porque [eles] consomem energia. Os próprios data centers têm desenvolvido tecnologia avançada para diminuir o consumo energético. A eficiência energética melhorou nos últimos 15 anos e a operação do data center em si não emite CO2 como outras indústrias
Affonso Nina
Fonte.:UOL Tecnologia.: