8:07 AM
18 de dezembro de 2025

Datena passa por cirurgia do coração para tratar sequelas do diabetes; entenda

Datena passa por cirurgia do coração para tratar sequelas do diabetes; entenda

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O apresentador José Luiz Datena, 68, passou por uma cirurgia cardíaca nesta terça-feira (16), no Hospital Sírio Libanês. Em suas redes sociais, o jornalista revelou que o procedimento foi necessário em decorrência de complicações do quadro de diabetes que trata há anos. Por meio de vídeo publicado no Instagram, ele também fez alertas sobre os riscos da doença.

“Meus amigos e minhas amigas, desculpem a aparência, mas eu acabo de fazer um procedimento no coração. Uma cirurgia onde desentupi todas as artérias”, disse o apresentador. Em seguida, ele explicou a complexidade do seu quadro. “Eu tenho um problema sério de diabetes. Estava realmente muito grave, mas agora eu estou livre”, relatou.

Sem dar muitos detalhes sobre como foi realizado o procedimento, o apresentador também deixou um alerta sobre a importância do autocuidado e check-up frequente. “Você que tem diabetes: faça exames contínuos”, pontuou.

Por fim, ele deixou o conselho: “Preservando a sua saúde, você também preserva a saúde dos seus filhos, parentes e esposa. Você tem que se manter saudável para poder estar junto deles por mais tempo”.

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Diabetes e problemas cardiovasculares

Para entender o que aconteceu com Datena, é preciso começar pelas artérias. Elas funcionam como grandes “estradas” que levam sangue rico em oxigênio do coração para todos os órgãos. Quando estão livres, o fluxo acontece sem dificuldade. No entanto, essas vias podem se estreitar por dentro, devido ao acúmulo de gordura, de cálcio ou substâncias inflamatórias na parede do vaso.

Esse processo é o que chamamos popularmente de “entupimento das veias”. Já cientificamente, o nome desse quadro é aterosclerose.

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Quando a aterosclerose atinge as artérias do coração, chamadas coronárias, o músculo cardíaco passa a receber menos oxigênio. Isso pode causar dor no peito durante esforços, conhecida como angina, ou, em situações mais graves, o infarto. Se o bloqueio ocorre nas artérias que levam sangue ao cérebro, o risco é de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para quem convive com diabetes, esse desgaste das artérias pode acontecer de forma mais rápida e intensa. O excesso de glicose no sangue agride o endotélio, a camada interna dos vasos, e torna o colesterol LDL — o chamado “colesterol ruim” — mais agressivo. Ele, então, se deposita com mais facilidade nas artérias, sofre oxidação e desencadeia inflamação local.

Além disso, níveis elevados de açúcar favorecem a formação de coágulos, que também podem bloquear o fluxo sanguíneo. O resultado é um risco muito maior de infarto, derrame e outras complicações cardiovasculares.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, até 80% das pessoas com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos. No tipo 1, a exposição prolongada à hiperglicemia ao longo da vida também eleva o risco, especialmente entre mulheres.

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Quando cirurgias são necessárias e como são feitas

Na maioria das pessoas, a aterosclerose é tratada primeiro sem cirurgia. O ponto de partida é sempre o tratamento clínico, que combina mudanças no estilo de vida e medicamentos. Isso inclui controlar rigorosamente a glicemia, a pressão arterial e o colesterol, além de parar de fumar.

Remédios como as estatinas, que reduzem o colesterol LDL, e os antiagregantes plaquetários, que diminuem o risco de formação de coágulos, podem ser pilares dessa estratégia.

No entanto, as intervenções cirúrgicas entram em cena quando as placas de gordura causam estreitamentos importantes das artérias, capazes de comprometer o fluxo de sangue e provocar sintomas, como dor no peito e falta de ar.

A decisão de operar leva em conta fatores como o grau de obstrução das artérias, a extensão da doença (quantos vasos estão afetados), os sintomas e as condições de saúde do paciente para enfrentar uma operação.

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Entre os procedimentos mais utilizados estão a angioplastia e a cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente chamada de ponte de safena.

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Quando as artérias do coração estão estreitadas, mas ainda permitem o acesso por meio de cateteres, a angioplastia costuma ser a primeira opção. Ela é considerada um procedimento minimamente invasivo, realizado geralmente pela artéria do punho ou da virilha. Um cateter fino e flexível é guiado até a artéria coronária comprometida.

No ponto exato do entupimento, um pequeno balão é inflado, comprimindo a placa de gordura contra a parede do vaso e reabrindo o espaço para a passagem do sangue.

Na maioria dos casos, após essa dilatação, o cardiologista implanta um stent — um pequeno tubo de malha metálica que funciona como um “andaime interno”. Ele ajuda a manter a artéria aberta e reduz a chance de que o vaso volte a se estreitar com o tempo.

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Já quando o acúmulo de placas é mais extenso, envolve vários segmentos das artérias coronárias ou atinge regiões consideradas críticas do coração, essa operação pode não ser suficiente. Nesses casos, a alternativa mais eficaz costuma ser a cirurgia de revascularização do miocárdio.

Essa cirurgia não remove as placas. Em vez disso, ela cria novos caminhos para o sangue chegar ao músculo cardíaco, contornando as áreas bloqueadas. Para isso, o cirurgião utiliza veias retiradas das pernas ou artérias da parede do tórax, que passam a funcionar como “desvios” do fluxo sanguíneo.

É um procedimento mais complexo, indicado principalmente em quadros graves, mas que pode oferecer melhores resultados a longo prazo para determinados perfis de pacientes, especialmente aqueles com doença coronariana extensa ou diabetes.

Cuidados e prevenção

A prevenção é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Segundo o Ministério da Saúde, hábitos adotados precocemente fazem diferença ao longo da vida. Praticar atividade física regularmente, por ao menos 150 minutos por semana, priorizar alimentos in natura ou minimamente processados e abandonar o tabagismo são as principais medidas  para proteger o coração.

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O acompanhamento médico e o tratamento adequado também ajudam a reduzir complicações cardiovasculares. Vale dizer, ainda, que, hoje, o tratamento do diabetes vai além do controle do açúcar no sangue e inclui proteção cardiorrenal e controle do peso e da pressão arterial. Evidências indicam que o controle glicêmico precoce, especialmente no primeiro ano após o diagnóstico, é fundamental para diminuir o risco de complicações a longo prazo.

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Fonte.:Saúde Abril

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