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27 de agosto de 2025

Delegada esposa de empresário suspeito de matar gari é afastada do cargo

Delegada esposa de empresário suspeito de matar gari é afastada do cargo

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A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quarta-feira (27) o afastamento da delegada Ana Paula Lamego Balbino. Ela é casada com o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso em flagrante por suspeita de homicídio qualificado contra o gari Laudemir de Souza Fernandes.

O afastamento, autorizado por 60 dias, teve início dois dias após o crime e foi concedido sob justificativa de tratamento médico no Hospital da Polícia Civil. A corporação, no entanto, não informou qual problema de saúde motivou o afastamento. A medida só agora foi confirmada publicamente.

Além do afastamento temporário, a delegada responde a um processo administrativo instaurado pela Corregedoria. O motivo é que a arma utilizada no crime era de uso pessoal dela. Em depoimento, Renê Júnior admitiu ter pego o armamento sem que a esposa soubesse. A Polícia Civil afirmou, em nota, que o procedimento disciplinar vai apurar “com rigor e transparência” a eventual responsabilidade da servidora, levando em consideração o vínculo pessoal entre ela e o investigado.

Antes do caso, Ana Paula atuava na Casa da Mulher Mineira, unidade policial inaugurada em 2022 para atender vítimas de violência doméstica. Ela também é autora do livro Violência Doméstica e Políticas Públicas de Enfrentamento.

O crime

O inquérito sobre a morte de Laudemir de Souza Fernandes ainda está em andamento. A Justiça concedeu prazo adicional para a conclusão das investigações, prevista para o início da próxima semana.

Segundo a Polícia Civil, Renê Júnior inicialmente confessou ter efetuado o disparo, mas alegou que não acreditava ter atingido alguém. Ele relatou que a confusão teria começado com outro trabalhador da coleta de lixo. O empresário disse que saiu do carro armado, disparou em direção aos coletores e deixou o local em seguida.

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De acordo com a versão apresentada, ele só teria tomado conhecimento da morte de Laudemir após sair da academia, quando foi abordado por policiais militares.

Testemunhas ouvidas pela investigação, porém, afirmaram que o disparo foi intencional. O empresário ainda declarou que, no dia do crime, estava ansioso e não havia tomado a medicação que costuma usar, sem detalhar qual seria.

Defesa e repercussão

A defesa de Renê Júnior afirmou que ele está arrependido e espera que a confissão contribua para a redução da pena.

A morte do gari Laudemir de Souza Fernandes gerou grande repercussão na região e pressão sobre a Polícia Civil para esclarecer os detalhes do crime. O caso envolve não apenas a investigação criminal contra o empresário, mas também apurações administrativas sobre a conduta da delegada, cujo armamento acabou sendo utilizado na ação que resultou na morte do trabalhador.

Com o inquérito em fase final, a expectativa é que o Ministério Público se manifeste em breve sobre a denúncia e os próximos passos do processo.

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Fonte. .Noticias ao Minuto

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