A manhã desta quarta-feira (10) foi marcada por mais um duro golpe contra o crime organizado em Mato Grosso. A Polícia Civil deflagrou a Operação Tempo Extra, que mira um esquema milionário de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico. Entre os alvos, está Paulo Henrique Paelo, filho de Paulo Winter Farias Paelo, o W.T, tesoureiro do Comando Vermelho.
Outro alvo, Wemerson Ferreira Lima, o Gordinho, acabou preso em flagrante ao tentar atrapalhar os investigadores. Durante as buscas, ele jogou o celular em uma casa vizinha para esconder provas, mas foi surpreendido pela equipe policial. O aparelho foi recuperado e Gordinho levado preso.
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Além deles, também tiveram mandados cumpridos Elvis Elismar de Arruda, Erison Oliveira Silveira, Tayrone Junior Fernandes de Souza e Andrews Nicolas Marques dos Santos.
De acordo com a investigação, o grupo movimentou mais de R$ 65 milhões em lavagem de dinheiro. O esquema já havia sido alvo da Operação Apito Final, deflagrada em abril, quando W.T foi preso.
Nesta fase, o foco principal é Joseph Ibrahim Khargy Junior, apontado como sucessor de W.T no comando das atividades criminosas.
O delegado responsável pelo caso explicou a importância da ação: “Estamos falando de uma organização criminosa que movimentou milhões para sustentar o tráfico. Mesmo com a prisão do W.T, outros integrantes assumiram o esquema. Nosso objetivo é cortar essa linha de sucessão e atingir o coração financeiro da facção”, disse.
Ele reforçou que a estratégia vai além das prisões: “Não basta prender os membros. É preciso sufocar o poder econômico deles. Só assim conseguimos enfraquecer de fato o Comando Vermelho”, destacou o delegado.
Em relação à estrutura anterior, o delegado Rodrigo Azem, titular da Draco e responsável pelo caso explicou que os principais alvos já haviam sido investigados na operação anterior e que poucas substituições foram feitas.
“Há uma reestruturação, alguns membros mantidos, outros substituem, mas continua com aquela estabilidade permanente de organização criminosa”, explicou.
A Polícia Civil já adiantou que a investigação continua e novas operações podem acontecer nos próximos meses.
A operação é considerada uma extensão direta da Operação Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.
A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.
Ao todo, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, dez mandados de busca e apreensão, três ordens de sequestro de veículos, uma suspensão de atividade econômica e bloqueios judiciais no valor de R$ 1 milhão em contas bancárias. Diversos itens de luxo foram apreendidos, como peças de grifes como Gucci, Diesel e Chanel, além de joias.
Fonte.: MT MAIS