11:09 PM
14 de junho de 2025

Deputados apresentam PDL para sustar resolução do Conanda sobre aborto

Deputados apresentam PDL para sustar resolução do Conanda sobre aborto

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Desde a aprovação da resolução nº 258 de 2024, em dezembro do ano passado, os deputados já articulavam medidas para suspender o texto, mas tiveram que aguardar o retorno do legislativo no sábado (1) para protocolar o projeto. A Constituição diz que o Congresso pode aprovar esse tipo de proposição para “zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes”.

A resolução aprovada abre brecha para que uma menina grávida, após relatar que a gestação é resultante de abuso, possa abortar sem o consentimento dos pais. Prevê ainda que ela seja levada rapidamente a algum hospital que realize o aborto, tenha garantido direito ao sigilo sobre sua identidade, não precise apresentar boletim de ocorrência relatando a violência e tampouco autorização judicial para a realização do procedimento. Por fim, a resolução prevê a realização do aborto até o limite dos 9 meses da gravidez.

Na prática, como não existe regulamentação no atendimento de mulheres vítimas de estupro, a nova orientação do Conanda tende a ser seguida pelos conselhos tutelares, hospitais e outros serviços públicos.

Por se tratar de uma proposta legislativa, o projeto precisa ser aprovado nas comissões, se for de caráter conclusivo, segue para votação do Senado. Caso seja apresentado um requerimento de urgência, o projeto pode ser votado diretamente no plenário, mas para isso é necessário ser aprovado por maioria absoluta dos deputados. Somente depois da aprovação nas duas casas legislativas, a resolução será suspensa.

O que diz a proposta

Na justificativa para sustar a resolução, a deputada Chris Tonietto reforça que o conteúdo “exorbita gravemente do poder regulamentar do Conanda” e o “ato está eivado de inconstitucionalidade e de ilegalidade em sua integralidade”. “Tratando-se de um Conselho vinculado ao Poder Executivo, o Conanda não possui, por óbvio, qualquer competência para legislar sobre matéria criminal, interpretando e criando novos tipos penais ou extrapolando seu poder regulamentar”, justifica.

Segundo a deputada, “o aborto não constitui direito, como afirma o ato normativo” e o Brasil é signatário da Convenção Americana de Direitos Humanos, que “prevê que o direito à vida deve ser protegido pela lei desde o momento da concepção”. Ela cita ainda o artigo 5º da Constituição Federal que “resguarda a inviolabilidade do direito à vida, o qual abrange todas as fases da vida, desde a concepção até a morte natural”.

“Sendo assim, não há que se falar em aborto legal. Isso porque o art. 128 do Código Penal, tomado como base para essa deturpação ideológica, não menciona casos em que o aborto é considerado legal (muito menos imperativo), mas tão somente hipóteses em que a legislação penal opta por isentar de pena por questão de política criminal”, explica a deputada na proposta.

O aborto é crime, tolerado e não punido, de acordo com o artigo 128 do Código Penal, quando a gestão é fruto de violência sexual, existe risco de vida para a mãe ou no caso de anencefalia.

Outro ponto criticado pela deputada é a “autonomia decisória” dada aos menores de 14 anos, que dispensa qualquer tipo de autorização dos pais ou dos responsáveis pela criança. A medida, segundo Chris Tonietto, a medida “prevê, na prática, uma submissão quase compulsória ao procedimento de aborto, que, por sua vez, pode implicar em graves risco à vida da gestante que, por força da legislação vigente, não é capaz de autodeterminar-se”.

“Também causa ojeriza o fato de o artigo seguinte prever que o limite de tempo gestacional para o aborto não possui previsão legal e não deve ser utilizado como instrumento de óbice para a realização do procedimento. Na prática, isso é dizer que bebês de até 9 (nove) meses de gestação poderão ser mortos, de maneira indiscriminada, a despeito de toda a literatura médica que há a respeito do assunto, em total desconsideração aos fatos científicos e ao bom senso”, complementou a deputada.

Por fim, o PDL reforça que a “resolução também contém sérios riscos à liberdade individual e profissionais, inexistindo qualquer autorização para tanto”.

Veja os deputados que assinaram a proposta:

  • Chris Tonietto – PL/RJ
  • Pr. Marco Feliciano – PL/SP
  • Franciane Bayer – REPUBLIC/RS
  • Julia Zanatta – PL/SC
  • Jefferson Campos – PL/SP
  • Coronel Fernanda – PL/MT
  • Maria Rosas – REPUBLIC/SP
  • David Soares – UNIÃO/SP
  • Mauricio Marcon – PODE/RS
  • Padovani – UNIÃO/PR
  • Messias Donato – REPUBLIC/ES
  • Carlos Jordy – PL/RJ
  • Silvia Waiãpi – PL/AP
  • Otoni de Paula – MDB/RJ
  • Zé Trovão – PL/SC
  • Daniela Reinehr – PL/SC
  • Rogéria Santos – REPUBLIC/BA
  • Adriana Ventura – NOVO/SP
  • Delegado Caveira – PL/PA
  • Cabo Gilberto Silva – PL/PB
  • Bia Kicis – PL/DF
  • Filipe Barros – PL/PR
  • Ana Paula Leão – PP/MG
  • Any Ortiz – CIDADANIA/RS
  • Luiz Gastão – PSD/CE
  • Eros Biondini – PL/MG
  • Joaquim Passarinho – PL/PA
  • Dr. Luiz Ovando – PP/MS
  • Helio Lopes – PL/RJ
  • Simone Marquetto – MDB/SP
  • Márcio Honaiser – PDT/MA
  • Greyce Elias – AVANTE/MG
  • Diego Garcia – REPUBLIC/PR
  • Carla Zambelli – PL/SP
  • Eduardo Bolsonaro – PL/SP
  • Caroline de Toni – PL/SC
  • Junio Amaral – PL/MG
  • Delegado Paulo Bilynskyj – PL/SP
  • Pastor Eurico – PL/PE
  • Stefano Aguiar – PSD/MG
  • Nelson Barbudo – PL/MT
  • Evair Vieira de Melo – PP/ES
  • Carla Dickson – UNIÃO/RN



Fonte. Gazeta do Povo

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