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15 de agosto de 2025

Descubra o mês em que o juro trabalhou mais para você – 04/08/2025 – De Grão em Grão

Descubra o mês em que o juro trabalhou mais para você – 04/08/2025 – De Grão em Grão

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O juro brasileiro é como aquele trabalhador esforçado que só bate ponto de segunda a sexta. Nada de horas extras nos fins de semana. Nada de feriado. Ele só trabalha nos dias úteis e, quando o calendário ajuda, o bolso do investidor agradece.

Albert Camus dizia que “a verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente”. No mundo dos investimentos, isso significa investir com constância e aproveitar cada dia em que o juro está ativo —porque não são todos.

O mês de julho costuma ser um desses meses especiais e em 2025 não foi diferente. Com 23 dias úteis, dois a mais do que a média mensal de 21 dias, e com a Selic estacionada no seu pico de 14,9% ao ano, o CDI acumulou 1,28% no mês —o maior rendimento mensal de 2025 até agora e provavelmente o maior do ano.

A quantidade de dois dias pode parecer pequena, mas para entender o impacto disso, basta lembrar que o juro funciona como um salário que só é pago em dias úteis.

Com mais dias no expediente, o rendimento aumenta. Na média os meses possuem 21 dias úteis, ou seja, a rentabilidade média gira em torno de 1,16% com a atual taxa de juros. Mas com dois dias a mais, como em julho, o retorno sobe quase 10%.

Quer um exemplo prático? Se você tem R$ 100 mil investidos em produtos que rendem 100% do CDI, em julho você ganhou aproximadamente R$ 1.280. Em um mês comum, teria recebido cerca de R$ 1.160. Uma diferença de R$ 120 —que parece pequena, mas acumulada ao longo do tempo, vira um belo reforço no patrimônio.

E o que muitos não percebem: o segundo semestre costuma ter mais dias úteis do que o primeiro e em 2025 não será diferente. Foram 124 dias úteis entre janeiro e junho. Entre julho e dezembro, serão 127 dias. Ou seja, três oportunidades extras de rendimento, com a Selic ainda no patamar mais alto das últimas duas décadas.

Se você estava esperando o “momento certo” para investir, talvez ele esteja bem aqui —em pleno segundo semestre. Com o juro em alta e o calendário colaborando, é hora de deixar seu dinheiro trabalhar enquanto você cuida do restante.

Como diria Camus, dar tudo ao presente é o melhor jeito de garantir o futuro. Mas, nos investimentos, até o presente tem seus momentos certos. Não deixe esses dias úteis passarem em branco, aproveite para investir.

Aproveito aqui para responder à dúvida do leitor Luis Zaneti: Viriato, há algum motivo específico para preferir CDI a Selic?“. Não é uma preferência, mas uma questão de afinidade dos leitores. Em minha vivência, percebo que os investidores estão mais acostumados com o termo CDI. Apesar de tecnicamente diferentes, hoje as duas taxas caminham lado a lado. Portanto, quem investe em títulos atrelados ao CDI está, na prática, obtendo o mesmo movimento da Selic.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Fonte.:Folha de S.Paulo

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