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19 de outubro de 2025

Dia do Médico: Deu positivo: o dia em que a medicina me devolve o sentido de tudo

Dia do Médico: Deu positivo: o dia em que a medicina me devolve o sentido de tudo

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Eu poderia dizer que o maior presente da minha profissão é ver um exame dar certo, um tratamento evoluir bem, um paciente curado. Mas, para mim, nada se compara àquelas duas palavras simples que chegam em uma mensagem, às vezes escrita entre lágrimas e emojis de coração: “Deu positivo”.

Sou médica especialista em reprodução humana. E todos os dias convivo com histórias de amor, dor, persistência e esperança. Histórias de mulheres e homens que sonham em ser pais e enfrentam o invisível — a ansiedade, o medo, as tentativas frustradas, a espera que parece não ter fim.

Por trás de cada procedimento, há uma história de fé na ciência e no tempo. E é por isso que, quando o teste finalmente dá positivo, não é apenas um exame que muda: é uma vida inteira que recomeça.

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A ciência que carrega emoção

A reprodução assistida é uma das áreas mais tecnológicas da medicina atual, mas também uma das mais humanas. Trabalhamos com microscópios, incubadoras e estratégias, mas nada disso faz sentido sem a emoção que acompanha cada ciclo, cada óvulo fecundado, cada embrião que chega ao útero. A ciência nos dá as ferramentas, mas é o coração que nos orienta.

Eu conheço profundamente o silêncio de uma mulher que recebe um resultado negativo. Sei da força que surge quando ela decide tentar novamente. E entendo o peso e a leveza de estar ao lado de casais que transformam frustração em coragem.

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Por isso, cada mensagem com “Deu positivo” é mais do que uma notícia — é prova viva de que vale a pena acreditar. É como se, por um instante, eu também renascesse junto com aquele embrião que começa a pulsar dentro de alguém.

Ser médica é cuidar do futuro antes mesmo dele nascer

Neste Dia do Médico, penso em como a profissão me ensina diariamente sobre humildade e propósito. Cuidar de algo tão delicado e invisível como o desejo de ter filhos é lembrar que a vida não está apenas nas mãos, mas também no olhar, na escuta e na palavra. É entender que ser médica é, acima de tudo, ser guardiã da esperança.

A cada mensagem dizendo “Deu positivo”, a ciência se transforma em poesia e o trabalho em gratidão. E eu me recordo de que, no fim das contas, a medicina é isso: o encontro entre o que a ciência pode explicar e o que só o coração é capaz de sentir.

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Neste 18 de outubro, celebro não apenas a profissão, mas o privilégio de estar presente no instante em que a vida começa — esse momento mágico em que a medicina se une ao milagre.

*Stephanie Majer, ginecologista especialista em reprodução assistida na ENNE Clinic. Membro da Brazil Health.

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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Fonte.:Saúde Abril

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