Um número que impressiona: 20,5 milhões de pessoas morrem anualmente por doenças cardiovasculares (DCVs), sendo 400 mil no Brasil.

O dado mais alarmante é que 80% dessas mortes prematuras poderiam não ocorrer graças a medidas simples, como acompanhamento cardiológico e acesso a exames que detectam riscos – diabetes, pressão alta e colesterol elevado – além de escolhas saudáveis, como não fumar, dieta balanceada e atividade física diária.

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Não à toa, a atividade física é o foco da campanha deste ano da World Heart Federation (Federação Mundial do Coração – WHF), organização que atua em pesquisas e prevenção de patologias do sistema cardiovascular há 25 anos.

Este ano, em comemoração ao Dia Mundial do Coração (29 de setembro), a WHF realiza a campanha Play with heart, enfatizando a necessidade de exercícios para a manutenção da saúde.

No Brasil, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) apoia a iniciativa internacional e lança sua própria campanha: “Movimente-se com o coração”, estimulando as pessoas a se moverem por, pelo menos, 30 minutos todos os dias.

Entre outras ações, a campanha da SOCESP promoverá eventos presenciais em cidades do interior, litoral e na capital de São Paulo, com a participação das regionais da entidade. Nos encontros será possível tirar dúvidas sobre cardiopatias e os impactos positivos ao se manter o corpo em atividade. Postagens em mídias sociais e a divulgação de entrevistas e podcasts com especialistas também estão contemplados.

Pesquisa revela sedentarismo preocupante em São Paulo

Estatísticas internacionais mostram que um em cada três adultos não se exercita. Porém, no Estado de São Paulo, essa realidade é ainda pior. Pesquisa da Socesp detectou que três em cada cinco pessoas não se movimentam como deveriam:

• 28,7% não realizam nenhuma atividade física ao longo da semana
• 32,8% responderam que fazem algum exercício, mas apenas duas vezes por semana
• 33,5% dos respondentes não consideram/desconhecem a inatividade como risco cardíaco

A pesquisa da SOCESP ouviu 1.765 entrevistados, sendo 56,6% mulheres e 43,4% homens, nas cidades de Araçatuba, Araras, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Santos, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e na capital paulista.

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Como incluir atividade física no dia a dia

Quando falamos em manter-se em movimento, não necessariamente nos referimos à musculação, ginástica localizada ou pilates. Mas cada um precisa buscar a atividade com a qual mais se identifica, uma vez que o que está em pauta é não ser sedentário.

Dessa forma, dançar, pedalar, praticar um esporte competitivo ou caminhar, desde que diariamente e pelo tempo estabelecido (mínimo de 30 minutos), são ótimas opções. Vale lembrar que a execução sempre no mesmo horário ajuda a criar o hábito saudável.

Há aspectos que contribuem para tornar os 30 minutos diários de movimento um momento de prazer. Isso acontece quando se estabelece um objetivo que vai além de cuidar do coração: emagrecimento, socialização, autoestima e bem-estar entram neste ranking.

Para alguns, é fundamental ter companhia para se comprometer com a proposta de treinar. Já outros preferem colocar o fone de ouvido e curtir uma música.

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Tecnologia pode ajudar a manter o coração saudável

A tecnologia é outra aliada de quem se propõe a um estilo de vida com mais movimento. Dispositivos como os smartwatches monitoram diversas métricas relacionadas à atividade física. Alguns aplicativos para celular também serão bons aliados, sugerindo treinos e otimizando o desempenho.

É importante termos claro que estes “movimentos” propostos para o Dia Mundial do Coração são preventivos e ao alcance de todos e podem fazer a diferença entre comprometer o sistema cardiovascular e mantê-lo funcionando plenamente.

* Jorge Zarur Neto é diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e Daniela Agostinho é coordenadora do Departamento de Educação Física da Socesp.