A Apple parece ser uma das últimas gigantes do streaming que ainda resistem à onda dos planos com anúncios. Enquanto serviços como Netflix, Disney+, Prime Video e Max abraçam versões mais baratas financiadas por publicidade, a empresa de Cupertino decidiu seguir um caminho diferente. 

Em entrevista recente ao Screen Daily, o executivo Eddy Cue deixou claro: o Apple TV não deve ganhar um plano com anúncios — pelo menos por enquanto. “Não quero dizer que nunca faremos isso, mas no momento não há planos”, afirmou Cue. 

“Se conseguirmos manter nossos preços competitivos, é melhor para o consumidor não ser interrompido por anúncios.” A fala veio poucos meses depois de um aumento no valor da assinatura, que passou de US$ 9,99 para US$ 12,99 nos Estados Unidos e, no Brasil, subiu de R$ 21,90 para R$ 29,90 mensais.

Apple prefere crescer sem depender de anúncios

De acordo com Cue, a prioridade da Apple é continuar oferecendo uma experiência premium, sem interrupções. Embora a empresa já venda espaços publicitários em transmissões esportivas, como a Major League Soccer (MLS) e, em breve, a Fórmula 1, o executivo foi enfático ao dizer que a companhia não pretende seguir o caminho dos rivais no streaming sob demanda.

“Acreditamos que o consumidor merece assistir a algo de qualidade sem pausas para anúncios”, reforçou Cue. Ele também destacou que o foco da empresa está em construir e expandir o serviço de forma orgânica, sem recorrer a grandes aquisições ou fusões com outras companhias de mídia — como a especulada compra da Warner Bros. Discovery, que o executivo negou categoricamente.

Apple mantém filosofia de “construir, não comprar”

Enquanto rivais como Amazon e Microsoft gastam bilhões em aquisições para ampliar suas operações, a Apple mantém uma postura conservadora. Desde a compra da Beats, em 2014, a empresa não realizou nenhuma grande aquisição. 

Cue reafirmou que a filosofia da companhia é “crescer de dentro para fora”, investindo na criação e desenvolvimento de conteúdo próprio em vez de expandir por meio de compras. Com quase US$ 60 bilhões em caixa, a Apple poderia facilmente disputar o mercado de fusões de Hollywood — mas prefere apostar na força de suas histórias e na confiança de seu público. 

Mesmo sem divulgar números oficiais, a Apple afirma que o Apple TV cresce de forma acelerada. Segundo Eddy Cue, o serviço teve mais visualizações e tempo de reprodução no último ano do que em qualquer outro período desde o lançamento. 

Quando questionado se o número de assinantes girava em torno de 45 milhões, o executivo respondeu que o total é “significativamente maior”.

Originais são o trunfo da Apple no streaming

A Apple TV+ construiu sua reputação apostando em qualidade em vez de quantidade. Séries como Ted Lasso e Ruptura (Severance) conquistaram prêmios e público fiel. Já o filme CODA fez história ao vencer o Oscar de Melhor Filme em 2022 — um feito inédito para um streaming tão jovem.

Entre as próximas apostas da plataforma está “Pluribus”, nova série do criador de Breaking Bad, Vince Gilligan, estrelada por Rhea Seehorn (Better Call Saul). Com dois episódios já disponíveis, a produção já recebeu sinal verde para duas temporadas.

Preços do Apple TV no Brasil

No Brasil, o valor do Apple TV aumentou recentemente, subindo para R$ 29,90 mensais. Segundo a empresa, o reajuste reflete o investimento crescente em produções originais e o fortalecimento da plataforma.

O plano Apple One, que inclui acesso ao Apple TV+, Apple Music, Apple Arcade e iCloud+, não teve seu preço alterado. Ele segue custando R$ 42,90 na versão individual, R$ 59,90 no plano familiar e R$ 99,90 no Premium. 

Além disso, o serviço também está incluso no novo plano do Meli+, que engloba diversos streamings em uma única assinatura. A plataforam da Apple pode ser acessada no serviço por valores partindo de R$ 39,90 mensais.

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