Doar sangue é um gesto simples. Em menos de uma hora, você pode ajudar a salvar até quatro vidas. E por trás dessa ação há também um ato profundo de empatia, solidariedade e compromisso com o outro e com a sociedade.
A doação de sangue é um ato de amor porque nasce do cuidado com quem você, muitas vezes, nem conhece. Porque é feita sem esperar nada em troca. Doar sangue é oferecer uma parte de si para dar continuidade à vida de alguém que, naquele momento, talvez esteja lutando contra uma doença, se recuperando de uma cirurgia ou enfrentando uma emergência.
É um cuidado silencioso, mas essencial.
É um ato social porque mantém o funcionamento dos hospitais, dos centros de tratamento e de toda a rede de atenção à saúde. Pacientes com leucemias, linfomas, mielodisplasia, talassemia e muitas outras doenças hematológicas precisam de transfusões frequentes.
Eu sou a prova viva disso, já que por conta da minha talassemia maior, um tipo de anemia rara e hereditária, recebo transfusões sanguíneas a cada 20 dias, em média, desde criança. E sem um número constante de doadores, os estoques baixam, e o cuidado a essas pessoas fica comprometido. Esta é uma rede de suporte que depende do engajamento da população.
Doar sangue é também um ato político, porque se conecta com o direito à saúde. O sangue doado é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um sistema que, com todas as suas limitações, garante acesso gratuito a esse recurso vital e sem substituto.
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Quando você doa sangue, contribui para que esse sistema funcione. E, ao mesmo tempo, fortalece a luta por mais equidade, por mais acesso, por mais qualidade no cuidado. É uma forma de se posicionar.
Neste Junho Vermelho, mês de conscientização sobre a doação de sangue, a Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta), a qual presido, e a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), ambas instituições sem fins lucrativos que oferece apoio gratuito a pessoas com cânceres e doenças do sangue, convidam toda a sociedade a participar da campanha “Doe Sangue. Salve Vidas! Quem doa muda histórias”.
Os requisitos para doar sangue
São eles:
- Estar em boas condições de saúde
- Ter entre 16 e 69 anos (desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos)
- Pesar no mínimo 50 kg
- Estar descansado
- Em caso de vacinação contra gripe, aguardar 48h; contra covid-19, 7 dias; e contra dengue, 4 semanas
Na página da campanha, disponibilizamos a lista de hemocentros parceiros e um guia com as principais dúvidas sobre o processo de doação. Clique aqui para acessar.
Compartilhar essa informação também salva vidas e muda histórias! Faça a diferença.
*Eduardo Fróes é presidente da Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta) e pessoa com talassemia maior
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Fonte.:Saúde Abril