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5 de novembro de 2025

Dubai, terra dos Labubus de chocolate com pistache – 05/11/2025 – Zeca Camargo

Dubai, terra dos Labubus de chocolate com pistache – 05/11/2025 – Zeca Camargo

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É uma espécie de reino encantado. Tudo o que você pensa em fazer, acontece. Ou ao menos foi isso que a maioria dos brasileiros que encontrei aqui em Dubai me contou.

Voltei à cidade frenética dos Emirados Árabes nesta semana e, como já previa, não a reconheci. O Burj Khalifa segue firme, segurando por enquanto o título de “maior edifício do mundo”.

O mesmo vale para suas fontes luminosas, que seguem dançando uma trilha ainda imprevisível que vai do tema de “Missão Impossível” a “Take a Walk on the Wild Side“, ainda que numa versão bizarramente distante do clássico original de Lou Reed.

De resto, não reconheci a silhueta de Dubai. Lembrava-me de outras construções ousadas em 2012, quando vim pela primeira vez. Mas nada que me impressionasse tanto quanto o que vi agora nesta paisagem urbana que parece não só zombar da gravidade como propor que ela seja simplesmente abandonada.

Tudo está diferente e, também como todas as pessoas com quem conversei afirmam, a tendência é que a cidade não pare de crescer e seu contorno urbano seja eternamente mutante. E tinha que estar diferente mesmo, afinal a vocação de Dubai, desde a sua ascensão ao imaginário do turismo moderno, era ser assim: titânica.

Cheguei e mal tive tempo de me adaptar ao fuso horário, não exatamente cruel, sete horas à frente de São Paulo, mas praticamente uma causa perdida nos dois primeiros dias depois do voo de 14 horas de duração.

Comecei a gravar depois de um curto repouso, o corpo ainda sem entender o que era sono e o que era fome. E o ritmo intenso do trabalho serviu como um anestésico, até finalmente corpo e mente se alinharem em harmonia com o meridiano que meu GPS insistia em me localizar.

Não posso dizer que, já no terceiro dia, estou 100% atento a tudo a minha volta. Por isso mesmo não foi sem surpresa que um item na vitrine de uma confeitaria no esfuziante Dubai Mall, o maior shopping da cidade, quiçá do mundo, me chamou atenção.

Se a vista já estava cansada de ver tantos exemplos do inadvertidamente famoso “chocolate de Dubai”, esse era diferente: para vender o icônico confeito, seu rótulo trazia estampada a sempre sinistra imagem de um Labubu. Devidamente vestido de verde.

Para quem ainda não desapegou do morango do amor, explico: a tal guloseima é uma recente mania mundial que veio substituir a já mencionada fruta coberta de chocolate por um chocolate recheado com um petulantemente doce creme de pistache. Não resisti.

Comprei o tablete e, quando me dei conta, já tinha comido mais da metade. Mais do que um delírio gustativo, porém, a primeira consequência disso foi uma reflexão sobre este lugar, tão diferente de tudo o que você vê no mundo.

Não escondo que tenho uma queda por cidades grandes, do cosmopolitanismo de Paris ao caos sinfônico de Bancoc. Dubai tem um pouco de tais características dessas cidades, mas com uma elegância peculiar.

Das curvas de Zaha Hadid às cores das pequenas embalagens, cada criação que cruzei por aqui me inspira a buscar outras manifestações desse dinamismo contagiante. E se, para isso, eu precisar recarregar minha própria energia, o Dubai Mall, ao lado do meu hotel, fica aberto até meia-noite.

Estou sempre há menos de dez minutos de mais um Labubu Pistachio!


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Fonte.:Folha de S.Paulo

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