O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente em “autoexílio” nos Estados Unidos, voltou a criticar o governador Mauro Mendes (União Brasil), durante entrevista à Jovem Pan nesta quinta-feira (13). Ao responder sobre a necessidade de união da direita, o parlamentar afirmou que o debate sobre 2026 passa necessariamente pelo Senado — e sinalizou que pretende atuar para impedir que Mendes conquiste votos do eleitorado bolsonarista.
Logo no início da resposta, Eduardo disse compreender a defesa de união da direita, mas destacou que, do ponto de vista estratégico, o Senado tem mais relevância do que a Presidência. “D’Ávila, eu entendo o raciocínio. É óbvio que, no xadrez político, a Presidência da República é muito importante, mas muito mais importante é o Senado”, afirmou.
Na sequência, ele aproveitou para retomar críticas a Mauro Mendes, classificando-o como um risco para a pauta defendida pelo bolsonarismo. “Aproveitando a pergunta anterior que citou o Mauro Mendes, que é governador e candidato ao Senado: se eu nada fizer, as pessoas vão votar nele achando que realmente ele é uma pessoa que vai combater aquilo que é mais caro para nós”, disse.
Segundo Eduardo, esse “algo mais caro” seria a defesa da liberdade. Ele reiterou que o Senado é a peça-chave nessa disputa porque, diferentemente do presidente da República, teria poder para enfrentar o Supremo Tribunal Federal (STF). “O que é mais caro para nós? É a liberdade. O jogo mais interessante é o do Senado, porque o Senado é capaz de parar os ditadores de toga; o presidente, não. A gente está vendo: o Lula tem que pedir amém para tudo o que faz no STF. Inclusive, quando ele perde no Congresso, leva tudo ao STF”, afirmou.
O deputado reforçou que sua preocupação é eleger nomes que tenham coragem e comprometimento com essa agenda, deixando claro que não enxerga esses atributos em Mauro Mendes. “A minha preocupação é eleger pessoas corajosas e que estejam na mesma página dessa luta por liberdade. Eu não creio que o Mauro Mendes, que hoje é governador, de graça sai num ataque até baixo. Coisa que o governador Romeu Zema não fez. Cravo aqui essa distinção”, declarou.
Eduardo então elevou o tom e afirmou que a eventual eleição de Mendes ao Senado representaria mais “oito anos de enganação”. “Se eu permitir que o Mauro Mendes seja candidato ao Senado e leve com o voto bolsonarista, nós vamos perder mais oito anos sendo enganados. Eu duvido que ele, enquanto é governador, tenha esse discurso de enfrentamento e que será capaz de fazê-lo quando virar senador”, afirmou.
Por fim, o deputado rejeitou a ideia de que suas críticas contribuiriam para dividir a direita e disse que está apenas “iluminando fatos”. “Eu não posso ser considerado aquele que está dividindo a direita se eu estou dando luz aos fatos. Quem vai fazer o juízo final é a população”, concluiu.
Fonte.: MT MAIS
