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4 de setembro de 2025

Eduardo Bolsonaro pede para votar dos EUA, mas falta até às sessões virtuais da Câmara

Eduardo Bolsonaro pede para votar dos EUA, mas falta até às sessões virtuais da Câmara

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Apesar de ter pedido à Câmara dos Deputados para exercer seu mandato à distância, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março, não tem registrado presença ou voto nas sessões em que é permitida a participação remota.

Geralmente às quintas-feiras e excepcionalmente em outros dias da semana, a Casa autoriza que os deputados registrem sua presença e votem por meio de um aplicativo de celular, com verificação em duas etapas. A prática foi adotada durante a pandemia de Covid-19 e se manteve desde então.

Nesta quarta-feira (3) o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desistiu de exigir a presença dos deputados em Brasília, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pela trama golpista, e determinou que todos poderiam votar pelo celular.

A Câmara analisou projetos que criam o Sistema Nacional de Educação e que proíbe descontos associativos em aposentadorias e pensões pelo INuSS (Instituto Nacional do Seguro Social), após a fraude alvo de operação da Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União). Eduardo não participou.

Desde que sua licença terminou, em 20 de julho, a Câmara teve seis sessões semipresenciais, em que a votação remota é autorizada, mas Eduardo não registrou presença em nenhuma delas. Ele tem 13 dias de presença registrados e outras 17 ausências não justificadas em 2025.

Procurado para comentar as ausências, o parlamentar não respondeu.

A Constituição estabelece que perderá o mandato o deputado ou o senador que faltar a um terço das sessões ordinárias do ano, salvo licença ou missão oficial.

Porém, como mostrou a Folha de S.Paulo, Eduardo não perderá o mandato em 2025 por excesso de faltas, mesmo que deixe de comparecer sem justificativa a todas as sessões até o fim do ano. A punição só é possível a partir de março de 2026, quando a Câmara contabiliza as faltas do ano anterior.

Eduardo tirou licença de 120 dias do mandato e viajou para os EUA, de onde articula punições a autoridades brasileiras com o objetivo de tentar livrar de punição o pai, Jair Bolsonaro, réu no STF acusado de integrar o núcleo central de uma trama golpista.

Na semana passada, Eduardo enviou ao presidente da Câmara um ofício em que pede para exercer seu mandato à distância. Segundo o deputado, sua permanência no exterior é forçada e se deve a perseguições políticas.

“Vivemos, infelizmente, sob um regime de exceção, em que deputados federais exercem seus mandatos sob o terror e a chantagem instaurados por um ministro do Supremo Tribunal Federal que age fora dos limites constitucionais e já é alvo de repúdio internacional”, afirma no documento, em referência a Alexandre de Moraes.

Argumenta ainda que sua situação é muito mais grave do que a da pandemia. “Não se pode admitir que o que foi assegurado em tempos de crise sanitária deixe de sê-lo em um momento de crise institucional ainda mais profunda.”
No último dia 8, Motta afirmou que descartava uma autorização para que Eduardo exercesse o mandato do exterior.

Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Câmara informou que deputados que estejam em viagem de missão oficial podem registrar presença e voto à distância por aplicativo em qualquer sessão. O mesmo vale para parlamentares em licença para tratamento de saúde e para grávidas.

Jair e Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal, no último dia 20, sob suspeita de obstrução do julgamento da trama golpista, em curso no STF.

O presidente da Câmara já afirmou que Eduardo terá o mesmo tratamento que qualquer outro deputado na análise sobre sua cassação.

No último dia 15, Motta enviou quatro denúncias contra Eduardo, que estavam paradas na Mesa Diretora, para o Conselho de Ética, seguindo o trâmite regular da Casa. Motta também vinha criticando Eduardo Bolsonaro em entrevistas à imprensa.

“Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país, trabalhando muitas vezes para que medidas tragam danos à economia do país [de origem]”, afirmou, referindo-se ao tarifaço, em entrevista à Veja.

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Folhapress | 12:00 – 04/09/2025



Fonte Noticias ao Minuto

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