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25 de novembro de 2025

Eleições de 2026 expõem tensão com Mello Araújo em SP – 24/11/2025 – Cotidiano

Eleições de 2026 expõem tensão com Mello Araújo em SP – 24/11/2025 – Cotidiano

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Com a proximidade do ano eleitoral, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) convive com intrigas e incertezas quanto à sequência dos secretários em pastas relevantes como a de Habitação e Segurança Urbana.

A possível candidatura de Nunes ao Governo de São Paulo desperta a possibilidade de o vice coronel Ricardo Mello Araújo (PL) assumir o comando da prefeitura a partir de abril do ano que vem. E o próprio Mello tem dito que não é bem quisto pela equipe de governo.

“Gosto das coisas certas e [isso] incomoda quem anda errado. Simples assim”, escreveu Mello Araújo à Folha.

Colegas de Mello Araújo na prefeitura e dentro do seu paritdo, o PL de Valdemar da Costa, têm incentivado o vice a concorrer a uma vaga ao Senado —primeira opção, hoje— ou à Câmara dos Deputados.

As declarações de Mello Araújo com críticas ao próprio Nunes e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como fez em entrevista à Folha, publicada no último dia 19, e somada com atitudes, como a intromissão em algumas secretárias por suspeita de ilicitude com gasto público, têm isolado o vice do restante da equipe.

Escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para ser o vice de Nunes, Mello Araújo diz que cabe a Bolsonaro definir o seu destino. “Estou na missão Bolsonaro, vice-prefeito de São Paulo. Foi para isso que entrei”, afirmou o Mello Araújo.

“O presidente me colocou como vice, não vou sair deste cargo. Só se acontecer algo e ele mudar de ideia. O que temos são especulações, talvez por alguns que não me queiram na prefeitura”, completa o vice.

Nunes se esquiva de polêmicas e reitera que não gostaria de deixar o mandato, mas que jamais deverá recusar um pedido de Tarcísio, que foi seu principal apoiador na campanha de reeleição em 2024.

“O Mello fará o que o presidente Bolsonaro pedir. Vai depender do presidente Bolsonaro querer. Acho muito provável que seja [candidato]”, afirma o prefeito.

A ida de Nunes para disputa pelo Governo de São Paulo ainda não está confirmada. Isto, deverá ocorrer somente se Tarcísio abrir mão da reeleição para concorrer à Presidência da República. Neste cenário, o prefeito deve renunciar em abril de 2026.

Aliados de Nunes e integrantes do governo sugerem que, como forma de mitigar riscos à sequência da administração, vale o esforço em convencer Mello Araújo para manter o secretariado de Nunes

Como o Painel revelou, esta medida funcionaria como uma espécie de “seguro” na eventual gestão do atual vice, que antes de entrar para a política estava como diretor da Ceagesp e foi chefe da Rota.

Sem querer citar nomes, Mello Araújo já afirmou à reportagem que, se assumir à prefeitura, deverá trocar, sim, o secretariado.

Com Nunes ou Mello Araújo à frente da prefeitura, a equipe de governo deverá sofrer sensíveis mudanças em 2026. Para se candidatarem, os secretários devem se descompatibilizar do cargo até abril.

Dos 26 integrantes do secretariado, devem concorrer a cadeiras no Legislativo (Alesp ou Câmera dos Deputados) Orlando Morando (Segurança Urbana), Sidney Cruz (Habitação), Rogério Lins (Esporte), Enrico Misasi (Casa Civil), Rodrigo Ashiuchi (Verde e Meio Ambiente) e Alexandre Leite (Relações Institucionais).

A tendência é que Morando, que atualmente está sem partido, concorra à Câmara dos Deputados pelo MDB, enqunto a sua mulher, Carla Morando (PSDB), tente à reeleição na Alesp.

Como forma de pavimentar sua cadeira no Legislativo, Morando aposta suas fichas no programa Smart Sampa, um das principais vitrines da gestão Nunes e que tem auxiliado forças policias na prisão de foragidos da Justiça e nos esclarecimentos de crimes.

Na proposta de lei orçamentária enviada pelo Executivo à Câmara, a prefeitura poderá gastar 432% a mais em monitoramento digital, sobretudo com o salto de investimentos no Smart Sampa, programa de monitoramento por câmeras.

A previsão é destinar R$ 240,6 milhões em 2026 para manutenção e operação de redes de monitoramento para segurança urbana —rubrica que inclui os custos com o Smart Sampa– ante R$ 45,2 milhões neste ano.

Procurados pela reportagem, Morando e os demais secretários evitam falar sobre candidatura neste momento.

“É bom para a cidade ter deputados federais e estaduais para representarem os interesses de São Paulo”, disse Nunes.



Fonte.:Folha de S.Paulo

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