A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (18), a Operação Extractus II, com o objetivo de desarticular um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas em Cuiabá e em outras regiões do país. O principal alvo da ação é o empresário Lincoln Castro da Silva, apontado como líder da estrutura financeira que dava aparência de legalidade aos recursos ilícitos movimentados por narcotraficantes. Com base nas provas reunidas no inquérito, a Justiça autorizou a prisão preventiva do empresário e o sequestro de um veículo de luxo, um Porsche prata encontrado no condomínio Florais dos Lagos, na capital mato-grossense.
Lincoln, entretanto, não foi localizado e passou a figurar na lista vermelha da Interpol, tornando-se foragido internacional. Segundo a Polícia Federal, ele trabalhou por cerca de 20 anos na Ambev e, após deixar a companhia em 2019, passou a investir em concessões e negócios nas cidades de Pontes de Lacerda, Comodoro e Araputanga, além de ser dono do atacadista Precito em Cuiabá. O estabelecimento, porém, não foi alvo da operação. A experiência no setor de bebidas, de acordo com os investigadores, teria servido de fachada para estruturar o esquema de lavagem de capitais.
Durante a primeira fase da operação, as investigações revelaram que narcotraficantes de diversas regiões do país remetiam quantias milionárias a intermediários já presos preventivamente. Esses valores eram então repassados para distribuidoras de bebidas investigadas, sob a justificativa de aquisição de grandes volumes de mercadorias.
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Na segunda fase, as diligências reforçaram o conjunto probatório, permitindo à PF comprovar a inexistência de documentação fiscal correspondente aos depósitos, a ausência de comprovantes de entrega das bebidas supostamente compradas e que as empresas adquirentes não existiam de fato.
Com base nas provas reunidas no inquérito policial, o Judiciário autorizou o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e o sequestro de um veículo de luxo, medida que visa o ressarcimento futuro dos prejuízos causados ao erário. O líder da organização criminosa encontra-se foragido.
A ação integra a estratégia da Polícia Federal de descapitalização patrimonial e prisão de lideranças e integrantes de alto valor estratégico para as organizações criminosas.
Fonte.: MT MAIS