A autoridade eleitoral do Equador anunciou que a população rejeitou, em referendo neste domingo (16), o retorno de bases militares estrangeiras no país.
O tema foi um dos quatro tópicos do plebiscito convocado pelo presidente Daniel Noboa. Também estavam na pauta uma nova Constituinte, o fim da obrigatoriedade de financiamento público de partidos e a redução do número de representantes na Assembleia Nacional.
Após quase 80% dos votos apurados, o “não” estava à frente sobre a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, com 61,4%.
O resultado representa um golpe para o Noboa, que apoiava ambas as propostas. Segundo o presidente, a cooperação estrangeira, incluindo bases compartilhadas ou estrangeiras dentro do país, é essencial para combater o crime organizado. Bases estrangeiras foram proibidas no Equador pela Constituição de 2008.
Noboa também argumentava que a Constituição atual, elaborada sob o ex-presidente de esquerda Rafael Correa, deve ser revista para refletir a nova realidade do país.
“Respeitamos a vontade do povo equatoriano”, disse Noboa após o resultado negativo nas urnas.
Os votos deste domingo causaram surpresa ao contrariarem uma pesquisa de opinião divulgada no dia 6 de novembro pelo instituto Cedatos. Segundo o levantamento, 59,1% dos equatorianos concordavam com a convocação do plebiscito, ante 35,9% que discordavam, e 5,3% que não sabiam responder.
Já o ex-presidente Rafael Correa celebrou o resultado deste domingo. Ele afirmou que o povo equatoriano aprovou a Constituição atual duas vezes —em sua aprovação original, há 17 anos, e neste domingo.
Fonte.:Folha de S.Paulo


