Está na moda entre as celebridades fazer procedimento com “esperma de salmão”. As influenciadoras Juliette e Virginia já afirmaram que se submeteram à técnica.
Muita gente estranha, mas calma: ninguém passa esperma no rosto. Na verdade, é um polímero de DNA extraído através da biotecnologia. E é preciso ter cuidado com as expectativas, pois, não existe milagre.
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O que é o “esperma de salmão”?
Os polidesoxirribonucleotídeos, conhecidos popularmente como PDRN, são fragmentos de DNA retirados do esperma de salmão.
“Estudos descobriram que esses fragmentos de DNA instruem a replicação celular, a cicatrização e têm efeito anti-inflamatório. Então, é como se fosse um estimulador de colágeno que desinflama”, explica a médica dermatologista Cíntia Martins, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
O uso dessa molécula, na verdade, começou primeiro com o objetivo de melhorar a vascularização e estimular a difícil cicatrização de feridas em diabéticos. Após se mostrar promissora, foi parar na área estética.
Seu uso nos cuidados com a pele deslanchou primeiro, claro, na Coreia do Sul, mas já chegou ao Brasil em formato de cosméticos.
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PDRN é injetado na pele?
No Brasil, não. “Por aqui, o tratamento mais comum é por via tópica, em produtos como cremes e séruns, não há respaldo da SBD nem da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para utilização injetável”, afirma a médica dermatologista Marina Cintra, também membro da SBD.
De acordo com a SBD, não há trabalhos randomizados que mostram benefícios estéticos, apenas os que apresentam melhora na vascularização e neocolagênese (produção de colágeno).
A Sociedade também alerta acerca de riscos para os médicos: “O uso injetável destas substâncias cosméticas exime o fabricante de qualquer complicação, ficando o médico exposto a maiores riscos pelo uso diferente da sua liberação. A SBD, em consonâncias com a Anvisa, alerta seus associados dos riscos do uso de produtos injetáveis sem licença adequada na Anvisa”, alega a Sociedade em nota.
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Esperma de salmão tópico: como usar
Na maioria dos procedimentos realizados por famosos, como Juliette e Virginia, o ativo é associado a lasers ou outras tecnologias, como radiofrequência microagulhada, para ajudar na regeneração da pele.
Outra tendência em alta é a de cosméticos com PDNR na composição. “Quando a gente passa um creme, o ativo vai pra epiderme e chega na derme superficial, então ele vai ter, sim, um efeito mais superficial na pele. Mas válido!”, pontua Martins.
A médica Marina Cintra aponta que o efeito do cosmético é progressivo, ou seja, você precisa usar por um tempo para ver os resultados.
“Acredito cosméticos com o PDRN vão ‘bombar’ ainda mais no Brasil”, opina Martins.
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Existem contraindicações do PDRN?
De acordo com Cintra, pessoas com doenças autoimunes ativas, imunossupressão severa, gestante e lactante devem evitar, mesmo em cosméticos. Não é indicado que pessoas com alergia a peixes ou derivados utilizem o ativo.
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Fonte.:Saúde Abril