Nesta época do ano, em que celebrar é quase um imperativo, os espumantes são muito lembrados na lista do que beber. Mas, para os consumidores desse tipo de vinho, repleto de bolhinhas de gás carbônico (ou perlage, para os iniciados), geralmente adquiridas em uma segunda fermentação, eles deveriam ser lembrados o ano todo.
Essa tarefa não é complicada na capital, que oferece diferentes maneiras de tomar espumantes (categoria na qual se encaixam champanhes, proseccos, cavas e quetais), das mais diferentes maneiras. Brindemos às borbulhas.
A cidade ganhou, em outubro, um bar 100% dedicado aos espumantes, o Xampers Bubbly Bar, em Pinheiros (Rua Simão Álvares, 786).
Além da carta com engarrafados de diferentes regiões (experimente o ótimo português de Julia Kemper, de malvasia fina e encruzado, trazido pela Caves Santa Cruz) e drinques que levam borbulhas, a casa tem três torneiras — os verdeiros hits — de onde descem, diretamente nas taças, de forma parecida com chopes, espumante gaúcho da uva glera (chamado ali de prosecco), vinho tinto frisante, também do Sul, e bebida borbulhante de caju. Diversão que só.

- Champanhes menos badalados
O tradicional universo dos champanhes é cheio de frescor. Ainda que as grandes maisons dominem o mercado, começa a ficar mais fácil encontrar versões desses vinhos feitas por produtores menores, que seguem à risca as rígidas regras da região francesa de Champagne. “Os champanhes de vignerons (de produtores mais próximos do artesanal viraram objeto de desejo”, conta Andrea Santos, gerente comercial e de importação da de la Croix.
Outras importadoras, como Anima Vinum, Tanyno e Wines4U, também apostam nessa seara. No mundo dos bares, o premiado Plou (Rua Original, 141, Vila Madalena), com 45 possibilidades de champanhe, também sugere opções menos badaladas, como os biodinâmicos Ruppert-Leroy e Chevreux-Bournazel.
Champanhe não é para todo bolso, a gente bem sabe. Mas é possível tomar “só uma tacinha” em alguns lugares, em vez de desembolsar muitos dígitos por uma garrafa. No restaurante Tangará Jean-Georges, no hotel Palácio Tangará (Rua Deputado Laércio Corte, 1501, Vila Andrade), há cinco opções em taça, a partir de 178 reais (a Moët & Chandon Impérial Brut).
Os preços vão até 500 reais, com a Krug Grand Cuvée 173ème Édition. Em atmosfera menos chiquetosa, todos os sábados, das 11h às 18h, a importadora Anima Vinum (Rua Normandia, 26, Moema) faz o evento Vinho na Calçada e há sempre uma seleção de champanhes em taça, de produtores menores.
O espumante é o nosso carro-chefe e a categoria mais prestigiada — em 2024, foram elaborados mais de 10 milhões de litros no Rio Grande do Sul, o maior produtor, de acordo com o Consevitis (Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do RS). Na taça, aparecem medalhões como Salton e Miolo.
No entanto, novos projetos surgem e ganham a curiosidade do público. Os visitantes afoitos por rótulos nacionais que vão ao bar Enoteca Nacional, na Bela Vista (Rua Professor Sebastião Soares de Faria, 32), encontram novidades, por exemplo, da Revvo, nascida em 2020 em Alto Feliz (RS).
Presente em restaurantes bacanudos, a Vivente, surgida em 2018 em Colinas (RS), além dos vinhos tranquilos, tem espumantes naturais do tipo pét-nat e acaba de lançar um clube de assinantes.

Um espumante em uma garrafa muitas vezes transparente, com tampinha de metal que lembra a de cerveja, desperta a curiosidade de muitos clientes de bares e restaurantes.
Aí vão lá os sommeliers explicar que se trata de um pét-nat, um espumante natural, de técnica ancestral, em que o fim da fermentação rola na garrafa.
“Sempre tem pét-nat”, conta Cassia Campos sobre a seleção mutante de vinhos em taça que faz na Sede261 (Rua Benjamim Egas, 261, Pinheiros) — até o domingo (21), ela reforça a lista com crémants e inclusive champanhes.
De clima jovial, o bar Clementina (Rua João Moura, 613, Pinheiros) serve opções como o Kung Fu, por 309 reais, feito em Mendoza pela Riccitelli, com pinot noir e malbec. “É superfresco e fácil de tomar”, diz o sócio Marcel Forte.
No mercado têm aparecido “espumantes” que utilizam outras frutas no lugar da Vitis vinifera. Tecnicamente, não são vinhos, mas têm feito a alegria dos bebedores.
A marca de maior sucesso nessa seara é a Companhia dos Fermentados, que vende tanto em mercados quanto em bares, onde os líquidos são bebidos puros ou utilizados em drinques.
Os chamados borbulhantes são feitos com frutas como caju ou cambuci e ajudam a refrescar sem cair no óbvio. Podem ser encontrados na loja virtual da marca por 119 e 139 reais, respectivamente, na garrafa de 750 mililitros
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de dezembro de 2025, edição nº 2975.
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Fonte.: Veja SP Abril


