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16 de setembro de 2025

Estudo brasileiro faz alerta sobre os perigos de quedas em idosos

Estudo brasileiro faz alerta sobre os perigos de quedas em idosos

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Um estudo brasileiro divulgado no primeiro semestre deste ano chamou atenção para a alta prevalência de quedas em idosos no país, que poderia ser até maior do que a média estimada globalmente: publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o levantamento constatou uma prevalência de 62,7% de quedas entre o público consultado.

O estudo considerou os relatos feitos por idosos atendidos em uma unidade básica de saúde do Belenzinho, na zona leste de São Paulo, e ouviu 400 pessoas.

A alta prevalência, superando médias mundiais, reforça a necessidade de atenção a um problema responsável por lesões incapacitantes e potencialmente fatais na terceira idade: ao redor do planeta, estima-se que 684 mil pessoas morram por quedas anualmente, algo ainda mais frequente entre os mais velhos.

Riscos das quedas em idosos

Quedas da própria altura costumam estar relacionadas a fraturas que podem prejudicar muito a qualidade de vida. O problema é particularmente grave em idosos, que geralmente dispõem de menos capacidade física para se proteger da batida, e costumam cair mais, graças ao declínio dos reflexos, da força muscular e da própria saúde óssea.

O risco de cair acaba sendo elevado pela falta de adaptação dos lares às necessidades trazidas pelo envelhecimento, mas também por um ambiente hostil nos espaços públicos, com calçadas irregulares e ausência de corrimãos, entre outros fatores.

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+Leia também: Quedas em idosos não são apenas quedas

A queda traz consequências físicas e psicológicas: as lesões reduzem a autonomia dos idosos e tendem a acelerar um declínio na saúde em outras frentes, especialmente quando envolvem uma fratura de quadril. Ao mesmo tempo, o trauma trazido por uma queda anterior pode reduzir ainda mais o incentivo a voltar a executar determinadas tarefas do dia a dia, por medo de repetir o evento.

O estudo brasileiro constatou, por exemplo, que 90,5% dos participantes ouvidos relataram ter medo de cair, um número muito acima da média global de 49,6%. “Esse achado é compatível com evidências que apontam o medo como uma das principais consequências emocionais das quedas, com impacto direto sobre a autonomia e a funcionalidade da pessoa idosa”, escrevem os pesquisadores.

Mas eles também apontam um aspecto importante: a prevalência dos problemas encontradas nesse estudo foi muito acima da média, também, em função das condições socioeconômicas. Os achados no Belenzinho superam até mesmo os números de outros trabalhos feitos no Brasil, com dados de regiões mais abastadas.

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Uma das conclusões apontadas pelos pesquisadores: quanto menos recursos uma pessoa tem, maiores as chances de sofrer com as consequências da idade, tendo menos acesso a adaptações e tratamentos para comorbidades que podem propiciar as quedas.

Prevenção

A prevenção das quedas, em idosos ou em qualquer idade, passa tanto por medidas individuais quanto por políticas públicas. Adaptações devem ser feitas dentro de casa e em áreas urbanas de modo a reduzir os riscos de acidentes, minimizando irregularidades no piso e instalando barras de apoio e corrimãos, por exemplo.

É fundamental, também, a prática regular de atividades físicas. O fortalecimento muscular ajuda a prevenir quadros de sarcopenia, além de aumentar a proteção aos ossos diante de acidentes. Isso porque, com o envelhecimento, há uma perda natural de massa muscular e óssea, expondo o corpo ainda mais aos perigos de batidas. Em mulheres, a menopausa aumenta ainda mais a propensão à osteoporose.

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A redução de riscos também passa por uma boa rede de apoio e o acompanhamento médico periódico para verificar problemas de saúde que podem levar a uma queda, como alterações neurológicas e cardiovasculares.

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Fonte.:Saúde Abril

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