Há apenas nove locais do tipo espalhados pelo mundo. Há dois em Israel, seis em países da África e um na Espanha. Além desses sítios, os arqueólogos se basearam também em estudos etnográficos de sociedades contemporâneas de caçadores-coletores, alinhando seu comportamento com as condições que prevaleciam nos ambientes em que viviam.

Todos os locais estudados tinham grandes quantidades de ossos de animais de grande porte, como elefantes, hipopótamos e rinocerontes. “A partir de estudos anteriores, sabemos que esses animais eram extremamente importantes para a dieta dos primeiros humanos e forneciam a maior parte das calorias necessárias”, explicou Ben-Dor. A carne e a gordura de um único elefante, por exemplo, contêm milhões de calorias, o suficiente para alimentar um grupo de 20 a 30 pessoas por um mês ou mais.
Um elefante ou hipopótamo caçado era, portanto, um verdadeiro tesouro —uma espécie de “banco” de carne e gordura que precisava ser protegido e preservado por muitos dias. Ben-Dor, ao portal EurekAlert
Preocupação com a preservação das presas é observada de diversas formas no Paleolítico. “Foi demonstrado que humanos do Paleolítico preservaram intencionalmente a medula óssea dentro de ossos de membros de gamos [espécie de mamífero semelhante ao veado] por várias semanas enquanto armazenados em uma caverna, reforçando, assim, a atenção dada à preservação de alimentos no período”, explica a pesquisa.
Além da conservação do alimento, os Homo erectus precisavam protegê-lo de diferentes espécies com as quais dividia o habitat. Dependendo do tamanho da presa, o alimento poderia durar por dias, semanas e até meses. “Durante esse período prolongado, a carcaça parcialmente consumida inevitavelmente atrairia predadores e necrófagos [animais que se alimentam de cadáveres], elevando o risco tanto para a presa quanto para o grupo humano”, diz o estudo.
Fonte.:UOL Tecnologia.: