Um novo e amplo estudo sueco publicado na revista Diabetes Care revelou uma descoberta preocupante: pessoas com diabetes tipo 1 têm o dobro do risco de desenvolver demência em comparação com quem não tem a doença.
Os cientistas analisaram dados de 43.440 indivíduos com diabetes tipo 1 e 217.109 pessoas sem diabetes, acompanhados por cerca de 14 anos. O estudo utilizou registros nacionais da Suécia — um dos países com sistemas de saúde mais detalhados do mundo.
A idade média dos participantes era de 33 anos no início da pesquisa, o que indica que muitos ainda eram adultos jovens. No entanto, com o aumento da expectativa de vida dessas pessoas, cresce também a preocupação com doenças neurodegenerativas que costumavam aparecer apenas em idades mais avançadas.
O que o estudo mostrou sobre o risco de demência
Os resultados mostraram que:
- 1,2% das pessoas com diabetes tipo 1 desenvolveram algum tipo de demência, contra 0,9% dos controles sem diabetes;
- O risco de demência de Alzheimer foi 38% maior;
- O risco de demência vascular foi quase quatro vezes maior;
- E o risco de outros tipos de demência foi 87% maior.
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Além da própria presença do diabetes, o estudo destacou fatores que aumentam o risco de demência entre pessoas com a doença. Entre eles estão:
- Maior tempo de duração do diabetes;
- Níveis altos de HbA1c (indicador de glicemia média elevada);
- Pressão alta (hipertensão);
- Histórico de AVC ou doenças cardiovasculares;
- Baixa escolaridade;
- Viver sozinho.
Esses fatores, combinados, tornam o cérebro mais vulnerável a danos. O controle rigoroso da glicose e da pressão arterial é essencial para prevenir complicações neurológicas.
O que fazer para reduzir o risco de demência
A boa notícia é que muitos desses fatores são modificáveis. Com alguns cuidados diários e acompanhamento médico, é possível diminuir significativamente o risco de demência.
Veja as principais recomendações dos especialistas:
- Mantenha o controle da glicose no sangue com acompanhamento regular;
- Controle a pressão arterial e o colesterol;
- Adote uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas e vegetais;
- Pratique atividades físicas regularmente;
- Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
- Estimule o cérebro com leitura, aprendizado e interação social.
Essas medidas ajudam não apenas a preservar o cérebro, mas também o coração, os rins e a visão — órgãos igualmente afetados pelo diabetes.
Graças aos avanços no tratamento, pessoas com diabetes tipo 1 estão vivendo mais e com melhor qualidade de vida. Mas esse avanço traz um novo desafio: envelhecer com o cérebro saudável.
O estudo sueco serve como alerta para profissionais de saúde, familiares e pacientes: controlar o diabetes não é apenas evitar complicações físicas, mas também proteger o cérebro e a memória.
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Fonte.:Saúde Abril