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6 de outubro de 2025

Francisco de Assis não foi ativista: conheça seu verdadeiro legado

Francisco de Assis não foi ativista: conheça seu verdadeiro legado

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Hoje, 4 de outubro, a Igreja celebra São Francisco de Assis, um dos santos mais amados e populares do cristianismo. No entanto, é também um dos mais mal interpretados. Muitos o enxergam como um símbolo de causas sociais, ecológicas ou até ideológicas. Há quem o associe a pautas ambientalistas ou o invoque como inspiração para ideias políticas revolucionárias. Reduzir Francisco desta maneira é trair sua essência.

O “Poverello” (o pobrezinho) de Assis não foi um militante social, mas um homem inteiramente entregue a Deus, cuja vida foi marcada por uma busca radical pela santidade, pelo desapego e pela conformação a Cristo.

São Francisco de Assis não abraçou a pobreza por protesto, mas por amor. Sua escolha de viver sem posses não foi uma crítica ao sistema econômico de seu tempo, e sim uma resposta evangélica à riqueza que o afastava de Deus. Para ele, o verdadeiro tesouro é o Céu e a comunhão com o Criador. Em um tempo em que muitos confundem caridade com ativismo, São Francisco recorda que o serviço ao próximo nasce do amor a Deus, e não de ideologias humanas.

Fundador da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), São Francisco de Assis inspirou — e continua a inspirar — milhares de homens e mulheres em todo o mundo a seguirem o mesmo caminho de simplicidade, pobreza e amor a Cristo. Junto a Santa Clara de Assis, deu origem a uma espiritualidade viva, que atravessa os séculos e segue tocando corações.

O santo de Assis não foi um precursor da ecologia moderna, embora tenha amado profundamente a criação. Seu amor pela natureza era expressão de uma fé ardente, que via em cada criatura um reflexo da bondade divina.

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Louvor ao Criador

A famosa pregação aos pássaros não foi um manifesto ambiental, mas um louvor. São Francisco de Assis, tomado de encantamento diante da beleza da vida, exortou as aves a bendizerem o Criador por todos os dons recebidos: o voo, o alimento, o abrigo. Segundo a tradição, ao fim da pregação, os pássaros se dispersaram em quatro direções — símbolo da missão de evangelizar todas as nações.

Essa cena revela o verdadeiro sentido da espiritualidade franciscana: tudo aponta para Deus. Francisco via o mundo não como um fim em si mesmo, mas como um espelho do amor divino. Seu olhar sobre a criação era contemplativo, não ideológico. Ele não via o ser humano como inimigo da natureza, mas como criatura chamada a harmonizar-se com ela pela gratidão e pelo louvor.

Em tempos de confusão espiritual e moral, São Francisco revela que a verdadeira revolução é interior. Sua vida não foi um grito político, mas um cântico de adoração. Ele reformou a Igreja não com protestos, mas com santidade; não com teorias, mas com testemunho.

O mundo precisa redescobrir o verdadeiro Francisco: o santo que renunciou a tudo para conquistar a liberdade, o homem que via em cada criatura uma oportunidade de glorificar o Criador.



Fonte. Gazeta do Povo

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