A movimentação na churrasqueira de alvenaria do Frangrill na hora do almoço é alucinante. Ela fica no salão, sempre lotado. Um lugar sem frescuras, para aqueles momentos em que tudo o que a gente quer é comida de verdade.

Não que a comida servida nos restaurantes mais hypados da cidade não seja de verdade. Mas esta é a expressão que muita gente usa quando quer se referir a um bom prato de arroz com feijão ou a uma daquelas receitas que remetem às especialidades das nossas avós, como frango ensopado e rabada com polenta.

Em parte, é isso que as pessoas esperam quando se sentam no Frangrill: Um prato caseiro. Além disso, a casa oferece boas carnes preparadas na brasa.

O ambiente é informal, com luz fria e aquele chão que em determinado momento fica escorregadio por causa da gordura que respinga das carnes. Para caber todo mundo, é certo que sua mesa estará encostada na de alguém que você nunca viu na vida. E ninguém se incomoda. Faz parte do ritual.

A recompensa são pratos comerciais e executivos básicos, gostosos e bem-servidos. Nos dois casos, você escolhe a carne e ela chega com porções de arroz e feijão. A diferença é que o comercial vem com salada, e o executivo vem com fritas.

No dia da visita estávamos em três pessoas, e dois pedidos foram suficientes. Optamos pelos executivos. Um mistão (R$ 52), que vem com costela, frango e linguiça, e um de frango assado (R$ 33). Para beber, uma jarra de suco de tangerina (R$ 22), que foi suficiente para nós três.

O arroz e o feijão estavam ótimos, bem na linha de preparos caseiros. A batata estava sequinha. As carnes fizeram salivar assim que chegaram, com o aroma defumado tomando conta do nariz. Na boca, primeiro você sente o sabor marcado da grelha. Depois, constata que o interior manteve a umidade, o que garantiu a suculência.

Os pratos são para uma pessoa, mas é comum ver grupos compartilhando. Neste caso, dá para complementar com extras como uma salada pequena (R$ 8), vinagrete (R$ 6) ou guarnição de fritas (R$ 12).

Quando você se lembra que está em Pinheiros e que o ótimo executivo de frango custou R$ 33, dá uma alegria no coração. Na parte dos pratos do dia, os preços seguem amigáveis. A costela ao molho, com arroz, feijão e salada (R$ 32) é servida às quartas. Com os mesmos acompanhamentos, o frango ao molho (R$ 30) é oferecido às quintas.

A visita ocorreu numa sexta-feira, e um dos pratos do dia era rabada (R$ 52) com arroz, feijão e polenta. Como já estávamos satisfeitos, pedimos para levar. Então houve um acréscimo de R$ 3 por conta da embalagem. Montei o prato em casa e provei. Cheio de sabor, mas um pouco diferente do que imaginava. Vem com a polenta mais firme que cremosa e a carne assumidamente gordurosa.

Se a ideia for ir em turma para petiscar, opte pelas porções maiores. Como a de linguiça toscana (R$ 40), de cupim (R$ 70) ou de picanha na brasa (R$ 110). O cardápio tem lanches também. Entre eles, calabresa com queijo (R$ 23) e o bauru (R$ 17).

Não tem sobremesa. Quem quiser adoçar o final da refeição pode pegar um sorvete de palito no freezer que fica na entrada.

À mesa os pedidos são anotados à moda antiga. Com caneta, num papelzinho. Quase romântico.