Num universo gastronômico com preços cada vez mais altos, nunca foi tão válida a expressão: a carne está pela hora da morte. Felizmente, a churrascaria Fuego Celeste, com três unidades paulistanas, na Vila Mariana, em Moema e em Pinheiros (esta aberta em 2024), funciona como um alento nesse caso.

Suas mesas são muito disputadas, especialmente aos fins de semana, quando a espera para quem não chega cedo é inevitável. Na grelha, são assados cortes ao estilo do Uruguai, país de origem de Rodrigo Facal, um dos quatro sócios.

Mais caro e mais saboroso deles, o bife fuego celeste (R$ 134,90, 350 gramas) é a capa do bife ancho, conhecida por ceja no país vizinho. Chega bem tostado por fora e se desmanchando ao toque da faca. Outra carne de qualidade, a entraña de black angus (R$ 109,90, 300 gramas) vem do diafragma bovino em peça baixa e alongada, levemente entremeada de gordura junto à parte interna da costela.

Empolga menos a versão do ojo de bife em peça alta e muito magra (R$ 114,90, 350 gramas). A sugestão é sempre pedir ao ponto, como está indicado no cardápio. Para acompanhar, vá de cebola caramelada na brasa com azeite (R$ 28,90).

Antes, há petiscos tentadores. Escolha entre as deliciosas empanadas de carne e queijo com cebola (R$ 19,90 cada uma) de produção própria, o matambrito de porco (R$ 34,90, 200 gramas) e o matrimônio uruguaio (R$ 53,90), com uma linguiça de ervas e uma morcilla, que pode ser levemente picante.

As sobremesas que parecem saídas de um livro dos anos 1950 como o chajá (R$ 28,90) é um suspiro recheado de pêssego e chantili.

É preciso que se diga que nem tudo funciona perfeitamente no trio de churrascarias (visitei as unidades da Vila Mariana e de Pinheiros). Por vezes, o serviço mostra-se desatento, falta um ou outro item do cardápio e a caipirinha (a partir de R$ 27,90) pode vir com um desagradável traço amargo. Ainda assim, vale muito visitar o Fuego Celeste, casa que homenageia no nome a seleção uruguaia de futebol.

Avaliação: BOM (✪✪✪)

Fuego Celeste
Rua Doutor Roberto Kikawa, 157, Pinheiros, telefone 3032-0050. 12h/15h e 18h30/22h (sáb. sem intervalo; dom. só almoço até 16h; fecha seg.). Tem acessibilidade.

Publicado em VEJA São Paulo de 21 de fevereiro de 2025, edição nº 2932.

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