A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou como “gravíssima ofensa” a nova postagem do vice-secretário do Departamento de Estado americano, Christopher Landau.

“A postagem arrogante do subsecretário de Estado dos EUA é uma gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade”, declarou Gleisi.

Sem citar nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Landau criticou, neste sábado (9), “demais Poderes” que dizem “estar importantes para reagir” diante de um magistrado que “usurpou poder ditatorial”.

A publicação, originalmente em inglês, foi republicada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, traduzida ao português.

“Um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades”, afirmou o representante do governo americano, sob a presidência de Donald Trump.

Classificando a situação como “sem precedentes e anômala” – “sempre é possível negociar com líderes dos poderes executivos ou legislativos de um país, mas não com um juiz” -, Landau cobrou os “demais Poderes” do Brasil.

“Nos encontramos em um beco sem saída: o usurpador se reveste do Estado de Direito, enquanto os demais Poderes afirmam estar impotentes para reagir”, afirmou.

Os EUA recentemente determinaram sanções financeiras contra Moraes com base na Lei Magnitsky, aplicada a quem, sob a ótica americana, está violando os Direitos Humanos ou está relacionado a casos de corrupção ao redor do mundo.

As recentes tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre uma série de produtos brasileiros também vieram com justificativas relacionadas à atuação de Moraes.

O governo Trump critica Moraes e o Judiciário brasileiro pelo processo penal contra o aliado e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por decisões contra redes sociais e plataformas digitais americanas, para remoções de conteúdos e bloqueio de perfis sob alegação de atuação contra o Estado Democrático de Direito.

Moraes é relator do processo que coloca Bolsonaro e outros como réus por integrarem o que seria um plano de golpe contra o resultado da eleição de 2022.

Em atualização.