Depois do psyllium, a bola da vez dos perfis que divulgam soluções mágicas para o emagrecimento é o glucomannan ou glucomanano, fibra extraída da raiz da planta Amophorphallus konjac. Em diversos vídeos e anúncios, ele é divulgado como mais um “Ozempic natural”.
Sim, a fibra tem mesmo algumas vantagens que podem auxiliar no emagrecimento. Mas não dá para comparar seu efeito com o de medicamentos.
Conheça mais sobre o glucomannan a seguir:
O que é o glucommanan
Trata-se de uma fibra solúvel obtida da raiz do tubérculo Amophorphallus konjac , de origem asiática, que se popularizou no Brasil na versão em pó ou cápsulas, embora oficialmente não se enquadre na categoria de suplemento. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele é um aditivo alimentar.
Seu grande trunfo é absorver muita água, formando um bolo no estômago que, em teoria, aumentaria a sensação de saciedade ao preencher mais espaço no órgão e desacelerar a digestão. E ela não é digerível:
Mais recentemente, a marca Konjac Massas lançou no mercado uma linha de macarrões feitos à base da fibra, com apenas 10 calorias por porção. A planta também não tem gordura, carboidratos simples e glúten.
Glucommanan emagrece?
Há estudos apontando que sim, ele pode ajudar na perda de peso. Mas esse efeito é discreto. Na melhor das hipóteses, a perda chegou a 4,5kg do peso corporal.
Para que tenha esse efeito, é preciso que ele seja ingerido antes das refeições. As recomendações variam entre 15 minutos e 1 hora.
E vale lembrar que ele não fará milagre sozinho. O que se espera é que seja um complemento de um plano mais amplo, que envolva mudanças alimentares e prática regular de atividade física.
Riscos e cuidados ao consumir glucomannan
Em geral, a fibra solúvel é considerada segura e bem tolerada. Entretanto, como se expande rapidamente no contato com a água, pode causar engasgos ou bloqueio da garganta caso isso aconteça antes dela atingir o estômago.
A versão do konjac em massa não tem esse feito, pois já está hidratada em seu nível máximo. Outra questão é que todo consumo de fibras deve ser acompanhado de alta ingestão de água. Se não, pode haver constipação e outros efeitos colaterais.
Por que não dá para comparar com o Ozempic?
O Ozempic (e outros medicamentos parecidos) interferem no metabolismo dos alimentos e atuam no cérebro, retardando a digestão e diminuindo a sensação de fome. Esses remédios foram desenvolvidos especialmente para este fim — e, em diversos estudos, levaram a perdas de peso superiores a 15% do peso corporal.
Alimentos como o glucamannan não são medicamentos e nem devem ser encarados como tal. Eles interferem, é claro, na saúde (e no peso), mas por vias de ação diferentes, difíceis de mensurar. Em geral, seu efeito será modesto e cumulativo. Ou seja, resultado de um padrão alimentar, não de uma intervenção específica.
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Fonte.:Saúde Abril