São Paulo
A goiana Camila Souza Otoni, 22, venceu no último fim de semana o título de Miss Brasil Europa 2025. Natural de Goianésia, na região central de Goiás, e radicada em Dublin, na Irlanda, ela foi coroada em cerimônia realizada em Valkenswaard, na Holanda.
“Foi uma das emoções mais intensas que já vivi! Sinto um orgulho imenso por representar o Brasil na Europa. Isso está totalmente alinhado com meu propósito de vida”, disse ela, em entrevista exclusiva à coluna. “Quero mostrar que nós, mulheres brasileiras, temos força, cultura e presença, e que podemos ocupar nosso espaço internacionalmente”.
A modelo vive fora do Brasil desde maio de 2023 e, nesse período, mudou de país quatro vezes. Após um intercâmbio na Nova Zelândia, ficou na Itália por quase um ano e, em 2025, estabeleceu-se na capital irlandesa, onde surgiu a oportunidade do Miss Brasil Europa.
“Quando vi que o concurso seria na Holanda, justamente no dia de uma viagem que eu já tinha para lá, senti que tudo se encaixou”, diz ela, que recebeu a coroa das mãos de Suellen Assis, modelo paulista que se despediu do reinado de 2024. Em segundo e terceiro lugares na final ficaram, respectivamente, a paulista Aline Moraes e a alagoana Anne Mártires.
Estudante de relações internacionais, este foi o segundo concurso de Camila, já que em setembro ela foi finalista regional do Miss Universo Itália 2024, representando a Calábria. “O sonho de ser miss estava guardado, e no ano passado senti que era hora de viver isso de verdade. Quando recebi o convite da seletiva italiana, tudo virou uma chave dentro de mim”, revela.
Com o título europeu, a modelo quer atuar em causas sociais, principalmente com crianças. “Ser miss, para mim, vai muito além da passarela. Esse concurso me transformou, e acredito que pode transformar outras vidas também”.
COMO SURGIU O CONCURSO?
Criado em 2010, o Miss Brasil Europa nasceu para dar visibilidade a brasileiras que vivem no velho continente, muitas longe da família e em busca de uma vida melhor. Para participar, basta ser brasileira, morar na Europa e ter entre 18 e 30 anos.
Segundo a idealizadora do projeto, a empresária pernambucana Ana Paula Schwartz, a ideia é ajudar jovens que deixaram o Brasil a encontrar oportunidades por lá. “O concurso não é só uma vitrine de beleza, mas um trabalho social. Muitas meninas estão sozinhas aqui e encontram acolhimento no projeto”, diz ela, que vive na Europa há 35 anos —dez na Alemanha e os últimos 25 em Portugal.
“Oferecemos apoio psicológico, aulas de etiqueta, postura, passarela e desenvolvimento pessoal. Criamos uma rede de mulheres voluntárias. Também buscamos fortalecer a imagem da brasileira no exterior, muitas vezes estereotipada. Nosso objetivo é mostrar que nossas participantes têm conteúdo, talento e história — e que beleza, aqui, é consequência.”
Esta foi a nona edição do concurso, e a primeira fora de Portugal, onde fica sua sede. O evento reuniu nove candidatas residentes em países europeus, oriundas de estados como São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Santa Catarina, Bahia e Goiás.
Como em concursos tradicionais de miss, o grupo passou por etapas classificatórias, com desfiles em traje de banho e de gala, além da pergunta ao vivo na final. “Durante o confinamento, elas participam de atividades voltadas ao autoconhecimento, com psicólogos, coaches e especialistas em passarela e etiqueta. A ideia é prepará-las para os desafios do concurso e da vida fora do Brasil”, explica Ana Paula.
A próxima edição do Miss Brasil Europa está prevista para outubro de 2026, na Alemanha.
Fonte.:Folha de S.Paulo