O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Marcus Pestana, alertou sobre as dificuldades do governo em cumprir as metas fiscais para 2025. Em entrevista à CNN Brasil, Pestana destacou a complexidade da situação econômica do país e criticou o recente aumento do IOF como medida para equilibrar as contas públicas.
Segundo Pestana, a IFI tem alertado desde 2024 sobre a insustentabilidade das regras fiscais atuais. “Nós temos uma situação extremamente delicada, o que a gente poderia chamar de equilíbrio instável e que vai se agravar”, afirmou o diretor.
Desafios orçamentários e críticas ao aumento do IOF
O governo enfrenta um cenário de despesas obrigatórias crescentes e espaço cada vez menor para gastos discricionários. Pestana criticou o uso do IOF como ferramenta de arrecadação, argumentando que este imposto não tem perfil arrecadatório, mas sim regulatório.
“O IOF não é um imposto com perfil arrecadatório, ele visa simplesmente intervenções pontuais de caráter regulatório para corrigir distorções de mercado e não arrecadar, não lidar com ajuste fiscal, é um imposto de má qualidade para esse objetivo”, explicou.
Perspectivas para o futuro e necessidade de reforma fiscal
Pestana alertou que a situação fiscal do país tende a se agravar nos próximos anos, especialmente em 2026 e 2027. Ele enfatizou a necessidade de uma profunda reforma fiscal para lidar com o crescente estrangulamento do orçamento público.
“Em 2027, o futuro presidente da República, o futuro Congresso Nacional tem um encontro marcado com uma profunda reforma fiscal porque o caminho é insustentável àquele que nós estamos percorrendo”, concluiu o diretor da IFI.
A entrevista ressalta a urgência de medidas efetivas para equilibrar as contas públicas e a importância de um diálogo construtivo entre o governo e o Congresso Nacional para encontrar soluções sustentáveis para os desafios fiscais do Brasil.
Fonte: CNN Brasil